sábado, 18 de junho de 2016

Questionando a agonia alheia







Antes peço escusas por contar mais um a anotar uma das ideias mais tristes que pode ter um homem: a do abandono à vida.

Nos cumes do “nosso” desespero – Acudindo ao tempo, que detalha o conhecer humano proibindo-o, naturalmente, de verbalizações danosas, é aceitável no entanto que, uma vez alertado*: deveria ser cerrado ao esquecimento e incomunicável todo aquele que, insistindo contra a ciência milenar adquirida; e por sua vez no caminho oposto a toda hermenêutica fundamental, busca, insiste, dedica-se em comunicar suas frustrações, relegando-as ao não sentido da vida, e, portanto, tentando impingir tal analogia falha a alguém ainda mais desavisado – esses sempre existirão. Não seria melhor que lançadiço ser tivesse ao menos a coragem, antes de aspergir suas sandices contraproducentes, ceifar a própria e então adiantar-se ao encontro do não ter sentido o que (não)sente pela vida!?! 

*se observarmos o histórico do tempo, veremos que nos foi ensinado a não propagação da desistência à vida, e, portanto, se nos foi bem dito que esse é um expediente abjeto e todo aquele que a ele se propõe, deve este ser excomungado até uma próxima existência, (tanto quanto aquele que o faz a outrem) deveria ele entender isso e falar a língua maior das Verdadeiras Leis que isso condenam, portanto, uma vez contrário a esse ensinamento, o ser infeliz obrigatoriamente ficará exposto as sansões devidas a sua conversa inapropriadamente contrária às leis e ao existir; afinal, se não existisse sentido porque outros motivos existiríamos!

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Cioran, em “Nos cumes do desespero (1934) insiste que a vida “não tem nenhum sentido”, “se mantém sem razão”, “em seu dinamismo cego” e “Embora a vida seja para mim um suplício, não posso renunciar a ela. Para ser sincero, deveria dizer que não sei porque vivo, nem porque não cesso de viver. A chave reside, provavelmente, na irracionalidade da vida, que faz com que esta se conserve sem razão”[sic].(citações atribuídas a Emil Cioran, escritor romeno, no seu livro, Nos cumes do desespero, facilmente encontradas na net)

Palavras infelizes de um conturbado pensador em início de carreira, porém ainda assim fartamente registradas em livros e estudos (que preferiríamos não repeti-las se não fosse para alinhavar ainda mais nosso pensamento desfavorável a todo e qualquer tipo de descalabro contra nosso maior bem).



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