sábado, 20 de junho de 2020

“Intelliguêntsia”


A inteligência jamais estará aliada ao sistema. Este sobrevive à prática de um pensar executável tosco ao que às necessidades prementes àquela há muito pregaram; e este agir de apalpe se dá obrigatoriamente com atraso aos pensadores contemporâneos que, se bons, nascem póstumos, portanto nunca partidários aos agentes praticantes da governança; sempre muito próximos ao amadorismo se comparado ao que exige o arranjo.



O sistema sempre será um seleiro de oportunidades ao filósofo por conta de os agentes públicos ao aplicar o que fôra muito bem pensado, nem mesmo aí copiam a contento; suas cabeças pensam como orientadores políticos e ainda que voltando uma que outra vontade ao público, diferente do pensador sério, eles jamais se esquecem de que sua verve escolherá caminhos que primam o privado.



Não é possível concatenar a política humana ao pensamento honesto; este prima à retidão para o conjunto, aquela é facilmente corrompida, então tende ao beneficiar faccioso do arregar volúvel, fórmula cujas arrestas, quando buscada sua extinção, revelarão os indícios, estigmas cruéis que jamais poderão ser apagados.


 

Homenagem à

Aleksandr Soljenítsyn



 


 

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