sábado, 10 de julho de 2021

Acordamentos

 



 

Igreja - Na prática o instrumento igreja serve muito para incorporar ou acordarmos nossa fé, e então esta deveria, paulatinamente, mesclar-se ao estado metafísico e transcender a liturgia didática da palavra, – em um processo tornado extremamente difícil ao longo da história - afinal é certo que o físico remete ao tão velado quanto obrigatório sacerdócio enquanto este nos entretém; porém aqui: pertence ao projeto episcopal. Este, como não poderia deixar de ser, impregnado da visceralidade humana; conquanto tendente a todo e qualquer viés temporal. 





Governo - A igreja comum pode ser comparada ao governo. A governança é necessária para que haja um ajuste social mínimo, no entanto ele é impregnado de homens e independentemente do sistema governista, em algum momento o cidadão consciente descobre que não podemos depositar confiança plena em nenhuma estratégia orquestrada a qual os homens são autores exclusivos, portanto se os governos são administrados por homens caímos na máxima: se os homens não são de confiança todos os governos por eles comandados obviamente estão contaminados.





Vida - A vida é você com você mesmo. Acordamos governados e em algum momento decidimos entrar, continuar ou abandonar a igreja. É possível viver sem igreja, porém é mais difícil viver a margem da sociedade governada; não impossível. Mais difícil é compreender toda essa dinâmica uma vez vencida a didática da igreja ao entender que a essência original do que ela prega é muito superior ao que ela faz seus fiéis acreditar estar pregando e então acordar para a verdadeira realidade ao enxergar que todo o processo é tão somente um meio; uma ponte. Com relação ao governo até é possível engoli-lo como um mal eterno, uma espécie de ataque de Paralisia Infantil cujas sequelas são visíveis; legado aterrador, presença constante e incômoda ao longo do resto de nossas vidas que não pode ser remediado nem mesmo com a melhor das garrafadas.





Sofrer esta constatação em se sendo consciente é assistir ao horrendo espetáculo humano sem poder deixar de participar do pesadelo.






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