sábado, 24 de julho de 2021

É mentira

 



Mentiras derivando de outras mentiras ou de inverdades. Antes do que se nomeou por Fake News não as tínhamos? Sim; e elas permanecem aí. Até onde o mundo faz parte de uma mentira muito bem montada e até onde vamos ao desconfiar do enredo? Abandonando o rigor, sempre tivemos as mentiras oficializadas, consideradas aqui: primeiras mentiras ou mentiras clássicas. Depois temos a mentira propriamente dita, esta do dia a dia que costura nossas formas mais ou menos mentirosas de vida – ou o que os especialistas adotaram como “mentiras sociais” (branca, benéfica, construtiva etc.); aquelas do eu sei que você sabe que eu sei que você sabe, mas é assim que a banda toca – na linha da série Loki. Tudo levando a um terreno escorregadio.




Aqui as classificações tomam rumos inusitados incluindo aquelas, de ordem patológica. No momento estamos oficializando e oportunizando o movimento Fake News; mentiras que os próprios mentirosos não aceitam – e dizem abominar - e as “combatem” de todas as maneiras. Então nos perguntamos; elas não surgiram justamente por conta do estado mentiroso a que o mundo convencionou desde sempre? E quantos as combatem tal qual negam ser a favor dos espetáculos de barbárie enquanto lucram com eles?




A ideia de mentira aqui disposta pode ser ilustrada sob o aspecto do mito da celebridade chinfrim. Quando não se é nada quer o estrelato, e quando, ainda nada, empenou o suficiente para voar acima da ralé; não quer a presença desses, que as estimularam ao pedestal ilusório tão desejado.






A mentira é a mola mestre, a base, o pilar de uma sociedade doente, patologicamente hipócrita, porém, por mais ambíguo que possa parecer; mesmo a um universo mentiroso, a mentira precisa ser controlada e mentirosamente, mais uma vez, usa-se o combate a mentira para camuflar como a mentira é tratada com seriedade.




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