sábado, 2 de agosto de 2025

Alma Gêmea

 








Quando somos brindados a permanecer para sempre ao lado da pessoa mais maravilhosa do mundo, o caminhar humano insano para chamar atenção perde o sentido, e então o foco, a concentração se volta a muito do que não era observado em detrimento a quase tudo aquilo que, agora, se tornou descartável.




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Assim como a coragem quando é suplantada deixa de fazer sentido, pois o sentido maior agora é fazer o que precisa ser feito; também acontece com o medo, com a insegurança, com a morte; e na dádiva acima descrita o que perde o significado é o respeito. Respeitamos ou não o próximo, antes, aludidos às forças pedagógicas em um aprendizado genérico; e se o fazemos bem feito, dificilmente quebramos essa regra, no entanto, quando assumimos a essência de cumprimentos vindos do coração, a ação se dá naturalmente, portanto o respeito deixa o aprendizado empírico ao ser assimilado como um fenômeno natural da união entre os seres.










Essa é uma condição sine qua non quando uma pessoa ama verdadeiramente a outra; o respeito não mais é levado em consideração, afinal não faz sentido algum, não é possível amar e primar o respeito — ele é intrínseco ao bem querer; o respeitar como uma condição desaparece dando lugar a estima que é totalmente incorporada ao amor, e ao cuidado que um nutre a favor do outro.




Da série; “Das coisas que só entende quem ama.”


“Vamos prorrogar a existência do sentimento”

Bhonachinho














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Somos natureza, portanto, deveríamos agir como tal

 













Essa li em alguma plaquinha qualquer, dessas que as pessoas instalam aleatoriamente nas orlas; “Floresça, onde quer que você foi plantado.”















Imagino que alguém que pensou essa frase, entende também, que devemos nos comportar com a abundância desmedida com que a natureza se dá.















Em tenra idade, durante nossa educação, nossos pais e mestres deveriam nos comparar a uma pequena planta que acaba de nascer, e desejar que desse aprendizado mantivéssemos o pensamento de sermos sempre gratos à vida e portanto, abundantes; abandonando outras convicções a não ser, tão somente, nos primeiros anos, nos suprir dos nutrientes corretos, porém, dada a inteligência de ambos, passar dos pais aos filhos, paulatinamente, lições positivas sobre a realidade honesta de que, antes de tudo, somos natureza, e daí: nutrirmos à tendência a mesma generosidade de uma árvore frutífera, mesmo em uma beira de estrada por exemplo, que se dá tão natural quanto gratuitamente sem pensar sobre qualquer ato a advir da doação.












Talvez porque há muito não prestamos atenção sobre esse detalhe, acabamos extinguindo essa máxima, e dado esse seccionamento, nos tornamos seres adoentados, afinal nosso ramo natural da abundância secou e por conta disso nosso fluxo vital parece não mais fluir naturalmente no nosso corpo.










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Pense nisso... sempre há tempo.

 












Aqui, tanto a procura, a busca, quanto a inércia do cotidiano autômato, são atos insanos, porém, chegado o ocaso, manter-se estagnado, pode ser ainda mais desanimador.














A fatia daqueles que insistem por toda uma vida em se manter ativos é pequena. Se considerarmos aí, os indivíduos que somam a sua dinâmica para destacar-se socialmente, alguma concentração mais séria com os cuidados a procura de melhorar como pessoa, a peneira é substancialmente afinada. E é quase certo afirmar que boa parcela destes últimos, em determinada altura da vida, abandonam as convenções, as velhas certezas, para se concentrar definitivamente aos valores sagrados da vida.












Ainda que retome com seriedade os cuidados com o corpo físico, após décadas flertando como descaso, é humanamente impossível recuperar plenamente a saúde; reservar para os anos finais dessa existência alguma consciência sobre o devir, é resgatar paliativamente riquíssimos recursos desperdiçados — não o fazer nem mesmo aí, é uma perversão contra si próprio.










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sábado, 26 de julho de 2025

Continue e/ou insista

 








Você que tende ao diferente, nunca pense em perda de tempo, jamais; não há perda de tempo para quem busca o inusitado, e mais, provavelmente passará uma vida toda sem o reconhecimento que é — para muitos que buscam o incomum —, a partir de determinado estado, sentimento que quando menos se espera naturalmente se extingue, e o não incomodar-se com o movimento mesquinho da maioria dos terceiros que não entendem o seu propósito é o ganho primeiro a todos que simpatizam com esse viés de pensamento.















Há muitos anos, Onassis, o magnata da minha adolescência, disse que “a partir de certa altura o objetivo não é mais o dinheiro, e sim, o jogo”. Nós, que buscamos — parafraseando o oligarca do século passado —, podemos substituir o “jogo”; afinal, uma vez que as buscas, as pesquisas jamais terminam, o que movimenta nossa vontade? Nossa gratificação é a satisfação com pequenas conquistas que só podem ser comparadas ao néctar que invariavelmente bebe todo aquele que se envolve de corpo, alma e espírito na procura de sentidos outros ao atingir a compreensão sobre a infinitude do existir.










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Ainda que não seja de fácil aplicação

 







 

Se se encontras em alguma situação e a observas como uma armadilha do destino, não lute contra destilando humores insalubres contra si e aos demais que te amam, antes, entenda que somos os únicos responsáveis por qualquer cenário que trazemos a nós, e, portanto, cabe unicamente a nós, dele desvencilhar-se — sem alarde.









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Somos os responsáveis direto sobre as pessoas que estão a nossa volta. Revoltar-se com elas é malhar ferro frio — em todos os sentidos. Assumir essa responsabilidade é a questão a ser pensada. Já a prática do desvencilhar-se amigavelmente do inconveniente é a opção mais nobre e cabe unicamente a cada ator encontrar a melhor forma para resolver a situação de maneira razoável e inteligente somado a paciência necessária até que, universo, destino ou o acaso, observada nossas considerações e determinação; solucionem a questão.










Como assim? Ame-a e a dispense quando entender possível, com toda a delicadeza que o ato requer. Encontrar uma forma digna de se afastar ou torcer para que o universo conspire a favor para que um colega inconveniente encontre algum caminho que a desvie do nosso, deixando claro que deseja o melhor possível em outras parcerias, em lugares onde você não a encontrará mais, é a única forma razoável de incentivar indivíduos que não somam, os famosos sugadores de energia a procurarem outras vítimas. Intimamente deseje-lhe de coração o que há de mais saudável. Que melhore significativamente de vida a ponto de, caso seja possível, que ocorra uma tal guinada financeira em seu caminho que sua figura seja exigida em esferas outras não mais visível a nós velhos parceiros que nos sentíamos desconfortável com sua presença. No entanto, ainda que ela não saia do marasmo em que se encontra, é mais louvável dela afastar-se amistosamente, ainda que tardiamente entenda sua retirada, e uma vez longe, destile a você impropérios. Esses causam um mal menor a ambos, do que manter um colega, parente ou vizinho, considerando uma ou outra convenção social onde seus humores, ora ou outra se revolvem em suas entranhas em prejuízo à saúde bem como ao espírito.








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Sanha invisível

 













Enfrento um dilema que paira entre o realismo visceral generalizado das representações e a crítica negativa; e meu pensar contraproducente ainda se mantém claudicante entre o fato de volta e meia não superar esse costume e a ânsia à imparcialidade honesta, então desempenho uma espécie de correr por fora, em negociações e lutas internas cruéis ao buscar uma correção pessoal conspícua que possa em algum momento corroborar ou arquivar definitivamente, esse pendor inconveniente.



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sábado, 19 de julho de 2025

Durante a passagem da vida

 













Da manutenção e da desconstrução do eu — De posse de um senso esclarecido e honestamente criterioso ao entender o que é negação, e que a aplicação da humildade é parte de um ganho real a todo homem que se decide por aplica-la com seriedade; seria mais fácil perceber que não necessariamente precisaríamos de psicólogos, mestres ou pessoas estudadas, isto é, de terceiros nos apontando caminhos, para falar sobre as mudanças necessárias a uma vida mais equilibrada; uma vez que adquirimos sensibilidade suficiente para saber que algo não está bem estamos a meio caminho andado para escolhas mais assertivas.












Se assim fosse, isto é, uma vez alcançado algum nível de discernimento consciente — a cada avançar dos anos menos preparados ao ato de auto avaliação estamos —, bastaria a coragem da autoanálise pessoal honesta, o enfrentamento e a determinação para, aos poucos, somado a essa firmeza paulatina, mudar a forma como viemos conduzindo nossas decisões até então. Lembrando de Victor Hugo, sobre sermos ou não donos de nossas atitudes. Há que termos coragem de dispô-las a nossa frente e estender, sobre decisões e pessoas, um filtro honesto de discernimento a respeito do que poderíamos ou deveríamos manter, e aprender a escolher com mais precisão, buscando equilibrar a porcentagem realmente significativa do que é parte obrigatória da constituição do caminhar terreno.








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Antes, observe se não é uma prova

 











Se a vida é um perrengue só, o que nos impede de perguntar seriamente porque tem sido assim e daí partir em uma busca definitiva para a resposta?
















Segundo a história conta, Siddharta Gautama, o Buda, não se contentou com o que lhe revelaram após descobrir que o povo, além dos muros dos palácios do reino de seu pai sofriam miseravelmente, e então partiu sem olhar para trás em busca de uma resposta ao sofrimento de uma forma geral, ou seja, ele não se acomodou até entender o porquê daquilo tudo.













A vida é feita de provas e a todo instante topamos com toda sorte de provações sendo testados à exaustão, porém elas só irão fazer diferença, e não ser apenas um obstáculo de dor, quando aprendermos que assim como na pedagogia comum, todas esses pequenos ensaios diários carregam alguma lição em anexo.

















Onde o despreparado vê como dificuldade ou problema, aquele que conhece deixa estar ou enxerga como oportunidade. Vivemos um embate diário. Era importante entender que recebemos a dádiva da vida como uma nova oportunidade de nos desenvolver mental e espiritualmente, porém antes desse estágio é preciso compreender e tomar posse do processo material a que estamos inseridos, família, condição geográfica, crenças, poder aquisitivo e vulnerabilidades, sanado isso, somente aí, adquiriremos salvo conduto para algum experimento de ascensão espiritual; e, desculpem o balde de água fria — não existem atalhos.










Era preciso entender esse processo aludindo a um colégio regido por leis bastante rígidas, diferente de tudo o que conhecemos sobre austeridade, então, precariamente imagine-se tentando burlar regras para avançar à próxima matéria... é impossível.







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