sábado, 2 de agosto de 2025

Alma Gêmea

 








Quando somos brindados a permanecer para sempre ao lado da pessoa mais maravilhosa do mundo, o caminhar humano insano para chamar atenção perde o sentido, e então o foco, a concentração se volta a muito do que não era observado em detrimento a quase tudo aquilo que, agora, se tornou descartável.




*








Assim como a coragem quando é suplantada deixa de fazer sentido, pois o sentido maior agora é fazer o que precisa ser feito; também acontece com o medo, com a insegurança, com a morte; e na dádiva acima descrita o que perde o significado é o respeito. Respeitamos ou não o próximo, antes, aludidos às forças pedagógicas em um aprendizado genérico; e se o fazemos bem feito, dificilmente quebramos essa regra, no entanto, quando assumimos a essência de cumprimentos vindos do coração, a ação se dá naturalmente, portanto o respeito deixa o aprendizado empírico ao ser assimilado como um fenômeno natural da união entre os seres.










Essa é uma condição sine qua non quando uma pessoa ama verdadeiramente a outra; o respeito não mais é levado em consideração, afinal não faz sentido algum, não é possível amar e primar o respeito — ele é intrínseco ao bem querer; o respeitar como uma condição desaparece dando lugar a estima que é totalmente incorporada ao amor, e ao cuidado que um nutre a favor do outro.




Da série; “Das coisas que só entende quem ama.”


“Vamos prorrogar a existência do sentimento”

Bhonachinho














042.ac cqe 












Somos natureza, portanto, deveríamos agir como tal

 













Essa li em alguma plaquinha qualquer, dessas que as pessoas instalam aleatoriamente nas orlas; “Floresça, onde quer que você foi plantado.”















Imagino que alguém que pensou essa frase, entende também, que devemos nos comportar com a abundância desmedida com que a natureza se dá.















Em tenra idade, durante nossa educação, nossos pais e mestres deveriam nos comparar a uma pequena planta que acaba de nascer, e desejar que desse aprendizado mantivéssemos o pensamento de sermos sempre gratos à vida e portanto, abundantes; abandonando outras convicções a não ser, tão somente, nos primeiros anos, nos suprir dos nutrientes corretos, porém, dada a inteligência de ambos, passar dos pais aos filhos, paulatinamente, lições positivas sobre a realidade honesta de que, antes de tudo, somos natureza, e daí: nutrirmos à tendência a mesma generosidade de uma árvore frutífera, mesmo em uma beira de estrada por exemplo, que se dá tão natural quanto gratuitamente sem pensar sobre qualquer ato a advir da doação.












Talvez porque há muito não prestamos atenção sobre esse detalhe, acabamos extinguindo essa máxima, e dado esse seccionamento, nos tornamos seres adoentados, afinal nosso ramo natural da abundância secou e por conta disso nosso fluxo vital parece não mais fluir naturalmente no nosso corpo.










041.ac cqe








Pense nisso... sempre há tempo.

 












Aqui, tanto a procura, a busca, quanto a inércia do cotidiano autômato, são atos insanos, porém, chegado o ocaso, manter-se estagnado, pode ser ainda mais desanimador.














A fatia daqueles que insistem por toda uma vida em se manter ativos é pequena. Se considerarmos aí, os indivíduos que somam a sua dinâmica para destacar-se socialmente, alguma concentração mais séria com os cuidados a procura de melhorar como pessoa, a peneira é substancialmente afinada. E é quase certo afirmar que boa parcela destes últimos, em determinada altura da vida, abandonam as convenções, as velhas certezas, para se concentrar definitivamente aos valores sagrados da vida.












Ainda que retome com seriedade os cuidados com o corpo físico, após décadas flertando como descaso, é humanamente impossível recuperar plenamente a saúde; reservar para os anos finais dessa existência alguma consciência sobre o devir, é resgatar paliativamente riquíssimos recursos desperdiçados — não o fazer nem mesmo aí, é uma perversão contra si próprio.










040.ac cqe