sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dos segredos que não podem ser revelados


Entremeio ao que não parece ser e digo, muito a contra gosto, que bendigo o que já muito cedo me foi dito. Não espero, como sempre, respostas do Nada, Ele, como a amante ardilosa, só me olha quando pergunto, então nem mais pergunto; espero. Também como com ela sei que terei tudo se souber dominar a ânsia. A paciência, igualmente, há muito foi aprendida, ela corre nas profundezas, longe das corredeiras ingênuas que querem ser fotografadas e domadas. Quem não se dobra mais, orbita ou muito abaixo, ou muito acima do que está aberto e exposto para uma deflora. Sempre será agarrado aquele que negocia. Em verdade vos digo que estes são como o símbolo mágico da cobra engolindo o próprio rabo.
Pode-se orbitar o mesmo lodo e continuara impune?
Não busco respostas para minhas perguntas, respostas são um fim para quem o quer encontrar, mesmo sendo uma derivação para outra pergunta, caímos no símbolo citado, e então corremos o risco de desvendar mistérios. Nunca desvende um mistério se não estiver pronto, no mínimo, para um maior, talvez um que te ponha ainda mais em perigo. Este é o paradoxo do medo: se ficas, ficas, se vais podes retroceder ainda mais.
Não mexer-se pode ser um segredo?
Não sussurro segredos. Segredo é só para um, sempre o segundo terá que morrer.
029.a cqe