quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Dos Segredos que Não Podem Ser Revelados II


Entremeio ao que não parece ser e digo,
muito a contra gosto,
que bendigo o que já muito cedo me foi dito.

Não espero, como sempre, respostas do Nada,
Ele,
como a amante ardilosa,
só me olha quando pergunto,
então nem mais pergunto;
espero.

Também como com ela sei que terei tudo se souber dominar a ânsia.

A paciência,
igualmente,
há muito foi aprendida,
ela corre nas profundezas,
longe das corredeiras ingênuas que querem ser fotografadas e domadas.

Quem não se dobra mais,
orbita ou muito abaixo,
ou muito acima do que está aberto e exposto para uma deflora.

Sempre será agarrado aquele que negocia.

Em verdade vos digo que estes são como o símbolo mágico da cobra engolindo o próprio rabo.

Pode-se orbitar o mesmo lodo e continuara impune?

Não busco respostas para minhas perguntas,
respostas são um fim para quem o quer encontrar,
mesmo sendo uma derivação para outra pergunta,
caímos no símbolo citado,
e então corremos o risco de desvendar mistérios.

Nunca desvende um mistério se não estiver pronto,
no mínimo,
para um maior,
talvez um que te ponha ainda mais em perigo.

Este é o paradoxo do medo:
se ficas, ficas,
se vais podes retroceder ainda mais.

Não mexer-se pode ser um segredo?

Não sussurro segredos.
Segredo é só para um,
sempre o segundo terá que morrer.



http://www.youtube.com/watch?v=49iPh6VS_kY

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