domingo, 20 de junho de 2010

Perceber; sentir conscientemente.


A maioria dos especialistas tem, realmente, algum tipo de percepção voltada para suas especialidades, mas esta é nada perto do que realmente existe, de o porquê a ação estudada é digna de uma observação mais apurada.

Nem de perto vou abrir questão aqui sobre as forças ocultas, os “quereres” ocultos que, de alguma forma, suportam um vingar diferenciado por parte de alguns.

Por outro lado, ou melhor, do outro lado a massa comum desprovida de uma percepção minimamente apurada, pula e se extasia “alugada” com as anotações – nem sempre verdadeiras, diga-se de passagem - dos especialistas sobre seus observados.

Veja então a importância desta classe que orbita um pouco acima de seus iguais em percepção, para os artistas e afins que precisam ter, ou vivem a ilusão da necessidade de que seu diferencial seja visto; renda-lhe dinheiro, ou mesmo apenas, no pior das vezes; para que sejam eles admirados. Raros são aqueles que buscam divulgar seu trabalho apenas porque sabem que este fará bem a outros indivíduos.

Tenho comigo que não sou especialista, muito menos pertenço à massa comum, e é então por isso que agora a pouco, aos assistir um dos grupos de música mais sensíveis que existe, – Pet Shop Boys – imaginei uma frase, porém não conseguiria, por não ser um gênio, dizer em apenas meia dúzia de palavras a minha vontade, por isso então precisei escrever este texto.

Mesmo assim citarei a frase, mais como registro meu, entendendo eu mais tarde – talvez com vergonha ainda - a razão de espichar algo que poderia ter sido dito em uma frase sucinta.

“Mais que sentir eu percebo o Belo.”

Mais que escrever o texto acima, gostaria de explicar o que é perceber o Belo, mas é claro que não conseguiria fazê-lo. Apenas darei um exemplo tentando ilustrar assim, o porquê da dificuldade.

Não sou drogado, e nunca o fiz, no máximo, algumas bebedeiras sem sentido que resultaram apenas em dores de cabeça e mal estar, motivo que me fez quase zerar a vontade de beber, porém digo que já ouvi vários relatos de drogados perdidos, tentando em vão a ilusão daquela “única vez”. Tentar explicar o meu “perceber”, seria a mesma coisa que tentarmos imaginar como foi a melhor das “únicas vezes” que apenas o então felizardo – que agora já não passa de um infeliz angustiado - sentiu.

Isto posto, finalmente, afirmo que não é possível, porém digo com muita certeza: Há muito mais que apenas admirar o que é bom pegando carona em especialistas; a pergunta que fica é. . . como?
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