sábado, 22 de dezembro de 2018

“Prisioneiro desamarrado”










Referindo-se ao sol, chamou atenção a expressão, “prisioneiro desamarrado”, em determinado texto aleatório em algum resumo sem maior relevância. Como de costume em se tratando de achados originais, abrangi esse pensar aludindo para a situação da experiência material humana. Afinal, indistintamente, somos prisioneiros desamarrados de um estado de obrigatoriedade orbitável ao universo que cada indivíduo torna habitável, sempre, com algum tipo de adaptação – por conta do social, da tradição, dogmas e também, físicas. E mesmo em regiões hostis a mínima parte precisa criar formas e instrumentos muito além do comum para sobreviver por conta dos mais variados interesses. Locais realmente inóspitos e inapropriados e para uma série de nós: sem razões sãs para tais escolhas, no entanto, a questão persiste. Medidos os esforços; esquadrinhadas as dificuldades das condições adversas de ali coexistirem ou empreender projetos razoáveis com histórias vitoriosas ou superadas após inimagináveis complexidades também ao mais preparado dos homens - como é possível? Daí, retornamos a questão maior: em que instância cerebral, nervosa ou sensitiva reside em nós, humores responsáveis por não entendermos unanimemente e definitivamente o já provado por nossa razão: que é somente na compreensão das diversidades que conseguimos avançar em qualquer empreendimento posto em prática(?)   


Gostaríamos de afirmar que a partir de então é fácil observar que somos partes de um conjunto de obrigações, independentemente de ele ser humano ou universal; que sofremos ações externas, as mais diversas a nos manter também como “prisioneiros desamarrados”, no entanto se adquiríssemos maturidade suficiente para assumir esta nossa condição inegociável - de dependência -, estaríamos dando um largo passo em direção a um universo existencial coabitável muito próximo da perfeição.


Em essa condição assumida, parece ser mais prático, observando um que outro indivíduo que já o fez: coexistir pragmaticamente onde quer que esteja; orbitar os meios todos, mesmo os inóspitos, ou de difícil adaptação.

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O universo é experienciado em situações alheias ao entendimento humano. Quase na sua totalidade. Simplesmente por permitir combinações que nossas limitadas perspectivas jamais apreenderão enquanto presos ao espaço tempo matéria. E estas diversidades somente são possíveis porque, obviamente, se adaptaram a um sistema formado “previamente” e que pode ser explorado a revelia e elevado sempre a esta condição a todo aquele que se assanhe às explorações. Entender isso ou chegar ao ponto de possuir consciência autônoma suficiente para tanto se inicia no clarear da compressão de que a liberdade pode ser atingida à medida que nos tornamos lúcidos então para uma nova “prisão”; a do Conhecimento.

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