sábado, 25 de abril de 2020

Felicidade mecânica (um estudo)





Foi transformando as obrigações em vontade que encontrei a felicidade, ele disse.




A felicidade é rara por aqui, porém possível.





Porém somos homens engenhosos, ainda que orgulhosos e passionais; e, muito por conta de uma cultura arraigada; não somos de admitir o que foge ao padrão.





Então até quando correremos atrás da felicidade como um louco apaixonado arrependido que imediatamente após rasgar em mil pedaços a carta que não teve coragem de enviar a sua amada se atira na ânsia impossível de colhê-los?





Para muitos de nós é somente assim que conseguiremos ilustrar a felicidade ao cair da noite. Como se ela dependesse de apanharmos um punhado de plumas atiradas ao vento.





Então não. Chega de correr em busca do impossível. Vamos fabricar a felicidade. Admitamos. Ao menos uma vez, que não conseguimos. Que tentamos e falhamos.





Amamos, destruímos, rimos; embebedamo-nos e morremos e a bendita da felicidade riu muitos passos à frente de nós.





Admitamos nosso fracasso, mas não esqueçamos que somos homens engenhosos. Nós fabricamos o que queremos, somos o mal personificado, mas também já demonstramos que podemos ser com o belo - irmão digno da natureza mais exuberante; então por que não podemos construir a felicidade!?!





O homem bom, honesto, íntegro, trabalhador e amoroso; pode, com toda certeza construir a sua felicidade. Basta entender que ela não precisa ser alcançada – se ela não quer -, mas ela pode ser construída. Apenas precisamos assumir que ela é superior à forma como viemos tentando.





Sejamos honestos conosco e comecemos a ensinar nossos filhos que eles podem construir a felicidade a partir de uma vontade, do trabalho, da ética, da moral, da solidariedade, da caridade e do amor próprio.




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