sábado, 22 de agosto de 2020

Bom senso!?! Hoje!?! Humm!?!

 


Como exigir bom senso em meio a “Modernidade Líquida?





Especialistas discutem a impossibilidade de julgar os valores como o fizemos no passado, e o que parece ser um disparate é o salvo conduto para uma socialização minimamente possível e/ou exposta.


Como funciona isso? Então os valores não são inegociáveis? Não se analisarmos sob o aspecto de honra, hombridade, caráter, e sim se observarmos que o mundo mudou muito e não temos mais tempo para educar indivíduos sob a régua do bom senso, ou seja, o mundo aprendeu a se virar; não é mais questão de distinção, vivemos o atropelo e neste estado ou aceita, engole, “dá seu jeito”, ou procura-se alguém que o faça, simples assim – por conta de não se ter atenção a isso; estamos ariscados ao mais alto grau de amadorismo.



Na outra via, ou de encontro a esta realidade, assistimos as novas gerações sendo criadas sem os reveses das anteriores; tudo está “mais fácil” – aqui falo dos visíveis; afinal é por conta deste estado que a invisibilidade só aumenta -, em muitas situações, mesmo entre os mais necessitados, a comida vem na boquinha e aí temos o reforço ao desrespeito; quem foi mimado em casa - ou largado ao deus dará como se o mundo fosse a extensão da micro redoma familiar - não entende porque não o é fora, e daí a falta de respeito com o terceiro tornou-se uma espécie de vingança de contrariedade que por sua vez, por razões óbvias se transformou em uma egrégora exponencial e talvez esta seja a maior razão dos grupos polarizantes: ou você pertence aos meus grupos e pensamos igual, - independentemente do que eu poderia pensar se agisse só - e de grupelhos afins que, se se alinharem conosco, ok, do contrário estarão contra nós e então o desrespeito impera.

Construir uma força individual tornou-se extremamente difícil - ser um líder nato; daqueles que não se vende. Somos obrigados a nos reunir em grupelhos até escalar agremiações com maior poder midiático; é desta trilha que sairá a personalidade apurada ou mesclada conforme a determinação de cada um. E assim, somente migrando na modinha volátil das polarizações, lutando com grupos rivais, como os antigos guerreiros se acochavam no barro, estes, a maioria consumidora de embutidos: são valentes apenas em grupos de beberrões, gourmet, políticos, futebolistas etc., que destilam suas verborragias nas arenas das redes.



Aprendemos muitas outras novas formas de fazer ou contornar situações até então incontornáveis. A globalização trouxe o mundo para o quintal de casa e, se o antigo fornecedor insiste com suas regras, o mundo está aí, aberto com ofertas de toda ordem, não há mais fidelidade alguma com o fornecedor e a concorrência não é mais local.






A massificação, a coisificação comprimiu e simplificou a socialização a um pensar globalizado. Nunca foi tão fácil pensar diferente na mesma proporção de que é muito difícil sair deste vórtice da ordinariedade.








O viés da polarização é um dos ícones desta realidade. Ao mesmo tempo em que se ampliou a oferta de coisas, o estado das coisas nos trouxe a todos para as partidarizações concentradas ou ainda pior, radicais.






Ao ser fisgado para qualquer que seja a divisão, entrega-se as rédeas da vontade ao comando maior daquele estado de coisas. Esta decisão que jamais será a mais acertada, sempre é a mais cômoda e - ao que parece - assim continuará; afinal ela não exige a preocupação individual; somos agora parte de uma associação cujo lema é não deixar nenhum associado na mão.

 

“A maneira mais segura

de estragar um jovem

é incitá-lo a estimar

mais quem pensa como

ele do que quem pensa

diversamente.”

 

F. W. Nietzsche

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