sábado, 28 de agosto de 2021

9.MULHERES QUE NÃO CHAMAMOS DE MÃE

 
















A amargura

Deu-me um nó na garganta

Fez perder a esperança

Que eu tinha quando criança

Hoje vejo o tempo que passou

A amargura só aumentou

E a esperança nunca mais voltou



 

















Sempre fui esse pobre coitado

Jogado, desamparado

E pra você, que frio não passa

Nem fome, nem desgraça

Talvez me veja como bandido, marginal

Ou apenas menino de praça

 













Não importa se sou imoral ou anormal

Sei que por você sou humilhado, esquecido, desprezado

Tudo que eu queria que soubesse

É que por (conta de) muitas como você

A amargura é meu lar

Pois sou eu

Menor abandonado


Rosângela Stononga

 





(Textos da década de 80 da Minha Esposa, ainda muito jovem; artesanalmente ordenados como um pequeno livreto, recentemente resgatado, que resolvi transcrever para este espaço divididos em posts semanais)


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