sábado, 30 de abril de 2022

Amor à Vida - As três importâncias

 






 

A primeira lição dos pais aos filhos por todas as gerações, e isso precisaria ser conscientizado com a importância devida, deveria ser sobre o Amor à Vida. Sob prognósticos criteriosos e automáticos, cabe à pais responsáveis, chancelados da retidão incumbida ao cargo: revelar valores, realidades e o comprometimento que permeará a vida do filho.







 

O, porquê nascemos, em muitos aspectos, perde em importância, quando resgatadas as maravilhas de estarmos vivos, isto é, uma vez observado sobre o aspecto de que, o estar vivo, se deve, automaticamente: a importância do nascimento. Invariavelmente, o nascimento é uma festa, no entanto, nunca nos perguntamos porque ela, a satisfação, regularmente perde o encanto?








Durante esse exercício, me vem à mente o início da minha caminhada, quando nem mesmo pensava que estava iniciando alguma coisa; frequentando a SBEE em Curitiba, nas seções de psicopictografia, uma das chamadas de atenção recorrentes nas preleções do Dr. Leocádio José Correia, davam conta das experiências a respeito da dificuldade do voltar a nascer. Ele se referia ao fato de os espíritos - nós desencarnados -, entes que já estiveram por aqui, finalmente entenderem o ato do aqui residir – uma vez fora do estado matéria; compreendê-la -, ao desenvolver a vontade ao retorno, para aproveitar melhor a nova oportunidade; “melhor” em termos construtivos; otimizá-la. Porém como em tudo há um processo, esse filtro não é dos mais fácies, explicava – existe uma aglomeração considerável de reencarnáveis, brincava sério. Portanto, é certo que uma vez de volta a vida no planeta, e tudo novamente esquecido, inclusive a recente auto promessa de uma vida auspiciosa, penso ser esse instante que, independentemente de suas crenças, deveriam entrar os pais reafirmando esse compromisso a transformar a vida comum em um espaço/tempo para a evolução do espírito.







Esqueçamos as doutrinas com seus dogmas, as seitas ou religiões, é uma questão de prática, de entendimento. Apenas coloquei minha impressão vivida na juventude porque me veio à mente, é só um apêndice, uma história registrada. Os pais incentivarem os filhos a valorizar a vida não é uma questão dogmática, é uma questão pragmática.








No entanto é preciso reforçar; como esse tema é simpático apenas a uma minoria, infelizmente, por conta de homens esquecidos e vaidosos ao tratar o espiritismo como uma seita ou mesmo religião, embora penso que crer em nosso espírito seja uma das formas mais corretas de fazer a conexão com a Energia da Vida, vou tentar desenvolver uma síntese próximo ao senso comum; ao senso aceitável.











Nascemos e morremos, então é exato concluir que ambos são importantes, porém não nos importamos, assim que crescemos, com o nascimento, mas criamos uma preocupação com o final da vida - o fim último, a morte; posso enfrenta-la como um bem ou um mal; que sei eu sobre ela? Então se nada sei, seria mais inteligente enfrenta-la como algo bom, construir meu momento vida imaginando que ela é a continuidade da vida. Como então igualar as três importâncias, nascer, viver, morrer?







A primeira lição fica com os pais: criar nos filhos a importância de ter nascido e, independente dos caminhos, sobre a máxima do “tudo passa”, salientar que, enquanto tudo se dá de maneiras singular ou plural, é preciso se atentar para alguns pontos que tornarão essa passagem, aos desavisados, exata o suficiente para entender que nem todos aprenderão essa lição.












Devemos assimilar que nem sempre entenderemos o porquê de nascermos, ou melhor, de como nascemos. Viver é extraordinário, no entanto é preciso abandonar a autocomiseração, a vitimização, e isso somente é possível se a primeira lição, sobre o quanto maravilhoso é estar vivo, for assimilada. E não pode ser uma opção absorvida, embalada, no princípio da religiosidade, qualquer que seja: sunita, radical, automatizada; a decisão precisa ser conscientizada.









Independentemente de todos os percalços, se está vivo. Nosso sofrimento, na maioria das vezes é originado da comparação natural, ou pior, vaidosa; quando o mais importante é estar vivo. Simples assim.








Me foi enviado esta semana (coincidentemente?) enquanto trabalhava nesse texto a famosa citação atribuída a Alan Watts: “O sentido da vida é estar vivo. É tão claro, tão óbvio e tão simples. Mesmo assim, todo mundo não para de correr em pânico, como se fosse necessário conseguir alguma coisa além de si próprio”. Mais providencial, impossível.







A segunda lição dos pais a ser aplicada é sobre pensar antes de agir e calar antes de falar. A segunda não é um exercício fácil, sou testemunha disso. O pensar antes de agir, afora o ímpeto de salvar a vida e ter nascido com esse dom, pode ser assimilado com atenção e muita prática quando não trabalhado precocemente.








Ainda que particularmente entenda que alguns de nós nasceram próximos a algumas zonas de conforto e a maioria que não tiveram a mesma “sorte” concordem que eles vivem melhor; não sou partidário dessa opinião, porém, falar aos primeiros é mais difícil, afinal eles “estão bem” – quando se está confortável o indivíduo se torna refratário a riscos que possam tirá-lo desse ambiente.








Portanto minhas referências são direcionadas em particular ao grupo maior, àqueles que não se sentem bem, que não aprenderam que o mais importante é estar vivo. Manter a alegria do ato de nascer e pensar antes de agir, não são mantras de prática fácil. Os pais podem dar um impulso, porém o mundo tem se comportando como uma prova de fogo no quesito confiança e fidelidade.






Existem, é claro, três formas de ação: a curto, médio e longo prazo. A curto prazo – a introdução -, é preciso estar desarmado, aceitar com obediência quase tudo o que lhe é oferecido ou exigido, é preciso entrar no jogo, submissão é a palavra, não há outra saída, porém o faremos apenas momentaneamente, há um projeto a médio prazo sendo planejado e estou vivo e, a qualquer momento o jogo pode virar. Um adendo ao “jogo”. Essa expressão tem se tornado feia, mas é você quem está no comando com seus pensamentos úteis ou desalinhados com as regras do bem viver; é importante não esquecer que seus projetos de longo prazo cobrarão suas investidas do curto ou médio.











Paciência é a palavra-chave. Não subestime seu existir. Não morra e não provoque sua morte. Não se arrisque por besteira ou por confiar sem conhecer. Escrituras honestas e, portanto, corretas, quando bem observadas, aludem à Ode a Vida. Não seria imprudente manter por toda uma geração a infeliz decisão de que elas sabem menos do que nós?







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