sábado, 2 de abril de 2022

Um trapo








O que sobrou de tudo aquilo

Não se ateve ao prestável

Nada foi feito de essencial

Todo o interesse fluiu ao nada

Arrasta-te

És suportado

Inconveniente

Carcomido

Ah! Vaidade vã

Meu último ódio

Tanto esse quanto os mortos de nada valem

Como sempre não há o que ser feito

As armadilhas humanas

Soergo os olhos e não vejo

Assim foi até aqui

Outrora não via o devido

Agora não vejo saída

Todas eram falsas

O tempo enfim não existe mais

Desperdicei-o em vão

O que sobrou?

Incontinência também de lágrimas

A chama esmaecida

Uma mão e outra mão

Inimigas da agilidade

Imersas em súplicas

Insistem no eterno estender-se

Incapacitadas em suas buscas...

...de encurtar vãos

Uma mente em tardia serenidade

Um último castigo?

Agora

Definidamente

Nada mais pode a vontade

Será?




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