sábado, 2 de março de 2024

Insignificância

 






 


Que contrassenso gastar tempo pensando no que escrever sobre alguém que nada mais significa para nós. Se a temos como uma pessoa insignificante; por que perder tempo com isso? Teria um valor menor que chutar uma lata abandonada na beira da estrada apenas pelo fato de que ela está ao alcance de fazê-lo.

Termos nos enveredados para a análise com o privilégio do tempo para registrar nos permite a estes luxos, e vale também como exercício. Ao final o despertar de interesses e analisares posteriores poderão corroborar esta perda de tempo como uma sessão de avaliação a tomar um tempo precioso de quem quer que seja que venha ter algum instinto despertado com nosso desprendimento.

 








O que é uma pessoa insignificante? Um desgraçado, um pobre diabo, um zé ninguém que, antes de tudo, é um egoísta.

Ao longo da nossa vida nosso senso de justiça deve sofrer ajustes, vamos ficando mais ponderados e entendendo melhor as necessidades dos outros; se isso não está acontecendo, preocupe-se.

Aos poucos vamos deixando pra lá uma série de ações terceiras que nos incomodavam. E é por isso que o desprezo é um dos maiores castigos a que podemos impingir a um algoz.

Não vou negar que este ataque tem um endereço. E dificilmente alguém descobrirá a quem ele é destinado; até porque é a velha síndrome do mártir de conveniência, onde o acusado sempre se comportou como um pária, mas se torna mártir por conta dos alinhamentos que o colocaram no centro das convulsões. E mesmo que ele pudesse entender que não deve às atitudes nobres, próprias, colher algum louro, por não as possuir, estes tipos conseguem se iludir também aí, nos estertores, portanto nem mesmo isso; se fosse o caso de se enxergar: não gostaria de enterrá-lo ainda mais fundo na sua personalidade ufana afetando ainda mais seu decrépito estado.

Antes deste pequeno apontamento anotei. “Ele é tão desgraçado que não imagino como vê-lo em um estado de maior miserabilidade”, afinal erra neste mundo largado por sua conta e risco, e enquanto come sardinha e arrota caviar, desconhece o mínimo circundar de esferas superior ao seu estado ilusório.

O miserável é miserável por si só. Por si só ele existe em uma vala comum cavada com suas esperanças vãs e certezas precárias. Assoberbado em uma estultice que, medida por seu passado que entendia vergonhoso, não imagina que naquele outrora a pureza de sua ignorância o fazia dono de um espírito ainda maleável. Agora não mais.

Não há mal que se deseje a um tipo assim - um ordinário maléfico patológico ainda daremos o direito de se defender, afinal pode que desvios psicológicos atenuem suas atrocidades. Não nosso personagem. Uma vez dono de algum conhecimento, é certo que nós perderemos um pouco do nosso tempo precioso maquinando frivolidades contra um pobre diabo que por si só encontrará uma resposta significativa que o levará, em algum tempo, a entender porque ele foi um ator onde espíritos abnegados são os únicos que circulam ao seu lado... mais, o protegendo dele próprio.   



 



Li por aí; “Prefiro ser acusado de omisso por não prometer do que ouvir que sou um escroto por não ter cumprido o prometido”.

 













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