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sábado, 11 de outubro de 2025

Livramento

 









Parado no trânsito por mais de uma hora pela enésima vez nos últimos dias, sob o sol escaldante do litoral brasileiro; a mente não sossega, pensando em como ou o que fazer para mudar a situação, e o que vem à mente é a nova consolação, o novo aceitar das botas sobre nossas cabeças, e ainda que a expressão contenha o significado sagrado, na ânsia da cabeça quente, imagino a satisfação do poderio sócio/político que vê com bons olhos toda comiseração anódina de grande parte da população ao somar mais essa desculpa a sempre auto piedosa conformação indolente, onde muitos assumiram a expressão "não reclame, entenda como um LIVRAMENTO", digna de uma população tão desnorteada quanto refreada, e meu desconforto continua, atesto — contrariando minha crença de que devemos tender sempre ao otimismo — que ela serve mais como um aceitar passivo complacente, de indivíduos já à lona, ao que dita à crença escolhida sobre a sacralidade em algum poder superior.

 

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