domingo, 8 de abril de 2012

Seções terapêuticas

 

Aprendi com alguém muito especial que frequentamos seções terapêuticas justamente para que consigamos voltar a participar ativamente, sermos novamente qualificados como seres comuns ao meio social.

 

Num primeiro momento, isto há duas décadas, entendi tal asserção mais como uma provocação, dada a sua origem e o histórico do autor, a propósito, dono de uma das psicologias mais ferinas que conheci, não necessariamente entendi como inválida, apenas a vi, como disse, tão oportuna quanto provocativa. Agora, entendo-a como perfeitamente válida, embora ainda conserve o cunho acentuado do desafio, porém acredito que aquele que consegue passar por este processo sozinho, sem a ajuda de um profissional, porém não seja mais um comum ajustado ao sistema e sim um incomum ajustado às necessidades de sobreviver ao sistema, observando sempre o fator, o binômio, inteligência e razão, provavelmente viverá um experiência muitíssimo mais rica, embora sofra na mesma proporção esta escolha, fato é que conseguirá sozinho, e carregará consigo seus filhos, suas crias, seus vícios e suas vontades, sua arte, sua bossa e não a de um profissional que não raro passou pela maior sessão terapêutica que pode existir antes de tornar-se um “pitaqueiro” oficial da vida alheia, a sala de aula, os bancos da universidade.

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