sábado, 4 de abril de 2015

Da validação das percepções individuais



O radical cético não tem nossa simpatia. Cético o somos também. Erramos em um tempo/espaço quando não é possível atirar-nos aqueles que se pretendem nossos mestres. A menos que tenhamos vencido os abismos entre nós e eles. Porém era preciso que o lógico entendesse também nossos limites no que diz respeito às experiências aguardadas com expectativas, uma vez que estamos sob o efeito da pesada matéria. Significando que alguns caminhos jamais conseguirão; jamais alcançarão uma ponte, uma ligação, uma conexão com objetos que não o podem ser nesse estado conhecido através, justamente, das experiências científicas. Então, aqueles que insistem na via do pensar cartesiano precisam entender; precisam atingir o juízo do acreditar, do confiar, do compreender que, para haver o avanço só há uma solução, um caminho onde, obrigatoriamente, o que não se pode provar por conta da escassez do material aqui disponível ou a nós disposto, precisa ser aceito, devido à impossibilidade de no nosso estado manejarem-se os elementos adequadamente (simplesmente por não existir; devido a impossibilidade de outra solução);esta é a uma forma material de a ciência, abandonando seu maior problema – herdado do homem -; o orgulho, ultrapassar tais nós e avançar com o desenvolvimento tão necessário; aceitar que, de alguma sorte, existem mecanismos desconhecidos, através dos quais, nos é providenciado conhecimentos inexplicáveis que, através de percepções individuais, muitíssimo particulares, o que não pode ser ao cético, atinge o lógos.

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(de um texto sobre Hans-Georg Gadamer retirado da Net – “Por sua vez, Aristóteles entende a experiência como um pressuposto da ciência. Na tentativa de superar o idealismo platônico, afirma não existir um mundo das ideias, mas apenas aquele da experiência, de onde partem todas as investigações. De uma série de percepções individuais, chega-se a uma unidade geral e, a partir dela, dá-se a passagem para o lógos. Gadamer traz o exemplo de determinada erva usada pelas pessoas para algum fim medicinal, como a cicatrização. Tem-se um dado empírico, mas ainda inexiste uma explicação racional, pois esta ocorre posteriormente, motivada pela generalidade da experiência. Nesse caso, os cientistas apenas investigam e descobrem o porquê das propriedades terapêuticas após conhecerem o dado experimental.”) – Independentemente de o enunciado possuir ou não total concordância com nosso pensar digo então que: no entanto existe uma infinidade de casos onde isso jamais será possível – comprovar cientificamente. Ou seja, parto do pressuposto que, observando o exemplo citado de uma tomada proporcionalmente maior; quando especialistas, em suas elucubrações aporéticas são obrigados a aceitar a cura ou o processo ocorrido sem conseguir provar através dos métodos tradicionais, quando não é possível que os cientistas cheguem a um denominador comum. É aqui então que acontece a análise citada inicialmente.

Insisto que chegaremos a um termo em relação a esse impasse, onde será aceito finalmente na sociedade. Quando todos reconhecerão que alguns indivíduos nascem com "conhecimento" suficiente para fazer tal conexão; anelar a matéria ao ainda desconhecido sem que a estupidez humana e as conveniências das tradições que não avançam seu pensar os considerem párias anormais.


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