sábado, 6 de junho de 2015

Disparidades




Do eterno paralelismo, nada pareado, entre o homem e o conhecimento.

O filme Ela (Her/2013); pode remeter alguns de nós também, a visualizar ou imaginar a disparidade entre as faculdades mentais do homem; onde é visível que o mesmo ser humano, que é capaz de desenvolver um projeto super avançado, como o “OS1”, não possua conhecimento além para desenvolver um enredo a altura ou que respeite seu engenho maior. Guardada as devidas proporções; é um aplicativo maravilhoso se pensarmos a tecnologia e as necessidades tecnológicas de novidades que o mercado busca e aceita. Muitas vezes mais, como uma invasão pura e simples, e/ou simplesmente porque qualquer novidade embalada com criatividade é bem aceita. Justamente porque, do outro lado, temos o homem comum que não evoluiu na mesma proporção, por uma série de razões já aqui desfiadas. Assim, ao assistirmos a película podemos comprovar que a criatividade ficcional é ilimitada na proporção abundante e singular de mentes criativas e, neste caso, muito além do que pensamos até então. Porém não sabendo o autor como desenvolver um personagem humano a altura por falta de conhecimento, evidenciando também, que a inteligência por si só não se basta; pois ele choca ao colocar o auge tecnológico frente aos mesmos instintos primais; de animalidade do homem sexual e solitário, fraco e problemático; indicando, ou assumidamente, que ele próprio não possui conhecimento, - e poucos o teriam hoje - para desenvolver um enredo inteligente – e a altura da ideia criada - de confrontação humana com pontos nevrálgicos de interesse tão nosso ao cruzar milênios de descobertas em deduções lógicas que, uma vez feito, traria um salto também ao homem/tecla que continua acessando sites pornôs por não saber, por não ter ainda descoberto que existem páginas importantes na rede a serem decifradas.

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Em tempo;
e que não me venham, intelectualóides, blogueiros cinéfilos ou frequentadores de sites campeões de audiência, tentarem me convencer de que o mote do filme era a história a ser mostrada, ou que o público é quem faz o cinema ou toda a balela dessa ordem, e não o que pensei fosse melhor aproveitar a criativa ideia, porque não é isso. Apenas criamos o medíocre porque não conseguimos atingir o belo, mas peço que não desanimem de tudo, afinal, como entretenimento comercial o filme serve. E entendo que seu crédito maior esteja em desligar por algumas horas seus defensores de vídeos mais explícitos; ainda menos aculturados.


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