sábado, 18 de fevereiro de 2017

Observações



Registramos o que observamos - ou ao menos temos alguém que o faça. Vamos da porta que range a árvore que balança; do bueiro entupido a brisa do mar. Ou das cores do outono ao velho ancião. Iguais e em maior número são os interessados que se distraem ao ver seu cotidiano bem posto e identificável ou sonham com o autor capaz de dar vida a novos universos.

Alguns menos atentos seguem absortos (ou seria; embriagados) e até mesmo fecham os olhos tentando romancear o momento em ato de auto contextualização enquanto ainda se mantêm obrigados às anotações piegas quando executadas unicamente sob essa instrução.

Ainda assim, todas, anotações e leituras, são importantes...

Elas abrem portas às oportunidades (Ah! Vasto mundo!).

Numerosos adeptos observaram com arte o que está visível tão somente como parte do cotidiano (in)perceptível, porém ofuscado por conta do agitar normal à vida ou por falta de sensibilidade mesmo, que pode ter, no apontamento mecânico e interesseiro uma porta de entrada a arte propriamente dita.

O clássico primeiro passo não é menos importante que o último e não deve envergonhar nenhum de nós – que o tem em mente ou que procura escondê-lo. Mesmo os espécimes mais invejados assim o fizeram; afinal é no avançar consciente (e no evoluir dessa) que ocorrem as observações que levarão o homem a repetição do primeiro passo ou o salto para os demais.  

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