sábado, 5 de janeiro de 2019

Vãos



Da infinidade de perspectivas variáveis ainda completamente cerradas; se não cresse descambaria para o desperdício.

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Um quer legenda, outro estanca em uma parte qualquer, outro não se interessa, muitos torcem o nariz e um chegado comentou algo sobre o fato de a ideia permanecer em suspenso. “Quando chega ao final do texto me parece que a ideia não é finalizada; a coisa não acontece” ou coisa que o valha.















Há situações diversas aqui. Não acostumado com leitura alguma, se jamais leu algo parecido ou lê observando o autor ou seu estado de espírito se o que se quer é leitura fácil não é possível entender que nossa escrita é para ser completada com algo que conhecemos como interpretação de nós mesmos, por exemplo. O que o cara tentou dizer aqui, e, onde me encaixo?






Quero minha escrita como um exercício, o autor, definitivamente, é o leitor. Leio-me quando escrevo assim como deve se ler o leitor quando finalmente apreciá-la.











Nossas escritas criam vãos; hiatos. Sê atentada: muito perceptível não por ser incompleta, mas para ser adaptada, preenchida por todo aquele que lê – portanto o homem ocupado não deve buscá-la.






Existem fins; fim? Não.






Por isso a percepção é finalizada em suspenso. Mas a ideia é que ela seja continuada por todo aquele que se predispõem a ler e não necessariamente com ela concorde (veja que não é “ele concorde”, por não ser o autor o dono da ideia. Sempre aqui será o texto, é a ideia em si que teve vontade de se fazer ouvir, o autor sempre será apenas o instrumento), mas a partir de então inicie uma observação de o porquê as palavras se deram ao trabalho de serem grafadas!


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