sábado, 17 de abril de 2021

O que vemos

 



























“E o vaivém continua! Trazem-nos, levam-nos, um por um ou em grupos, enviam-nos sabe-se lá para onde, em levas. Tudo tem um ar tão sério e tão inteligentemente planejado, que não se pode acreditar que nisso exista tanto absurdo.”

Alexandre Soljenítsin

No livro

Arquipélago Gulag p525

 















Quando Acabar O Maluco Sou Eu

Raul Seixas

 

Eis que eu sou normal e isso é coisa rara

 

A minha enfermeira tem mania de artista

Trepa em minha cama crente que é uma trapezista

Eu não vou dizer também que eu seja perfeito

Mamãe me viciou a só querer mamar no peito

Ehê, ahá! Quando acabar o maluco sou eu

O russo que guardava o botão da bomba H

Tomou um pilequinho e quis mandar tudo pro ar

Seu Zé preocupado anda numa de horror

Pois falta um carimbo no seu título de eleitor

Ehê, ahá! Quando acabar o maluco sou eu

Eu sou louco mas sou feliz

Muito mais louco é quem me diz

Eu sou dono do meu nariz

Em Feira de Santana ou mesmo em Paris

Não bulo com governo, com polícia, nem censura

É tudo gente fina, meu advogado jura

Já pensou o dia em que o papa se tocar

E sair pelado pela Itália a cantar

Ehê, ahá! Quando acabar o maluco sou eu

 

021.u cqe