sábado, 28 de junho de 2025

Estado de ser

 













































É necessário enfrentar o dentista antes de estampar um belo sorriso.

 

 










Não me entendam mal; o que muitos julgam se tratar de arrogância é apenas um estágio, um estado de ser que não é direcionado à terceiros e sim ao meu íntimo e a favor da minha Consciência de Libertação.

 










O viver concentrado em um propósito de busca para descobrir-se com alguma decência frente aos horrores que destroem almas; muitas vezes, nos torna sorumbáticos e até detestáveis aos olhos imaturos ou de conclusões rápidas. Em algum ponto de seus existires também entenderão essa necessidade de concentração, de atenção a si. As buscas por si mesmo, para o auto revelar-se, são espetacularmente impressionantes, portanto é muito importante se manter focado. Afinal uma luta feroz e invisível está sendo travada, assim, como um louco que está fora de si, aquele que busca o eu em si, não raro, vagueia alheio ao externo, não o entendendo menor, afinal todos em algum tempo ou serão loucos ou estarão loucos para de uma vez por todas alcançar esse objetivo maior; o qual, a boa parte de nós não imagina importante, porém quando o faz, todas as demais importâncias são menores.

 

 









 

Enquanto segue-se a fila das 7000 vidas, experienciamos todo o tipo de sorte

Horas de lutas, ora é longa a espera, inexoravelmente essa amplia, dilata e adia

A espetácularidade do caminho não impressiona e demanda garantias sórdidas

As buscas por si são reveladas em meio ao caos e acatadas às vésperas do ocaso

É preciso viver as vidas

Existires paralelos são ofuscados com a miopia generalizada das efusividades vãs

Enfim a autodescoberta, cedo demais, voltemos às obrigações da corrente

O louco é louco, porém é considerado louco também, se voltado às buscas

Como o louco permanece ausente, o que busca parece estar fora de si, sempre

Seria a loucura enfim, o prenúncio da consciência lúcida?

Já parecendo lúcido, lutas tendem a parecer loucuras, e o são.

São, tenta-se em vão o contato entre loucos e enlouquecidos, que loucura isso!

Estas terras não são para os sãos, vou embora antes que me apedrejem.

Vidas são necessárias ser vividas








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Apresentação

 







Como nos conscientizar de que nossas representações nos representam? Isto é, só fazemos o que sabemos, o que aprendemos fazer, e os resultados raramente suplantam essa realidade; a dificuldade — ao nos esquecer dessa regra básica — reside nas comparações e no querer gratuito, inventado; sem a disciplina do autor, muitas vezes, invejado. Invariavelmente nos comparamos aos indivíduos mais preparados — o que não é errado —, porém também, reiteradamente, sem a habilidade necessária, nos rebelamos contra resultados pessoais bastante diferentes das comparações sem nos atentar para os atalhos que há tempos nos trouxeram ao estado de mero copiador, portanto, bastante inerte frente àqueles que verdadeiramente lutaram.










Há que se observar o bom, o correto, o reto, o probo; isto é, o conjunto, para balizar uma atuação descente, verdadeira, íntegra, porém há também que se ter atenção sobre os resultados iniciais, é muito importante processar auto avaliações com a honestidade de que se está copiando algo bom para torna-lo excelente ou imprimir características pessoais com seriedade e respeito à inspiração, e esse estado não é possível que seja alcançado de forma imediata.

A questão é, o que difere o perdedor, aquele que ficará pelo caminho: a humildade de assumir a falha somada ao ânimo de voltar e tentar novamente com as vontades alquebradas



*













Tudo o que remete ao desenvolvimento pessoal digno pode e deve ser copiado para que a evolução aconteça. O que não é de bom tom? Fazê-lo apenas para o bem comum ordinário. Incrementar, inserir elementos; ser grato e personalizar é o comportamento ideal, e mostra respeito para com aqueles que nos trouxeram até esse ponto. Tudo pode ser copiado, e muito do que despertou essa vontade, se não é possível ser melhorado, é certo que tem potencial para abrir campos para novas filiais espalhando assim o conhecimento sempre bem-vindo; força motriz da evolução humana.







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Do que foi, do que continua ou não, e do que é

 







Os tropeços que provocamos no passado precisam ficar no passado, devemos entender que se valer deles para amenizar nossas ânsias voltando ou continuando a provocar ações intempestivas recorrentes depois de tudo; envolto em um vórtice nefasto; é, além de um contrassenso, atos que farão, em algum estado distante, parte de um retrocesso e perda de energia irreparável, dada a luta que muitas vezes foi empreendida na tentativa de vencer vícios e situações constrangedoras, carregadas de inconsequências. Era preciso entender de uma vez por todas — valorizando os esforços até então dispensados em um ato de auto respeito — que no futuro se estará pensando sobre as mesmas causas novamente, que a repetição dos embaraços de hoje, irão influenciar as mesmas ocorrências no futuro, e quanto isso é uma perda total de tempo e entusiasmo; somente a lucidez pode quebrar esse vórtice. Como? Entendendo e trabalhando o processo como um todo, com uma fé aguerrida e com toda a vontade que nem mesmo imagina possuir — é por isso que tantos falham.


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Mártir político

 








Que grau de decepção um indivíduo deve se auto infligir após lutar contra um sistema nefasto e então ser julgado por este próprio sistema, dando o gosto aos corruptos de massacrá-lo sem dó nem piedade, quando, afora a dor da cortina descerrada ao cair em si, ainda mais sufocado: finalmente compreende, de sua jaça úmida, que seus algozes continuam seguindo a vida em seus escritórios confortáveis, onde os correligionários inevitavelmente darão continuidade ao regime, agora, alertados, e então, tomadas as medidas necessárias para não cometer os mesmos erros; com novos decretos, corrigem acanalhadamente a carta, alinhando novas formas de ludibriar o povo, uma vez que esse, novamente apaziguado, continuará sob o jugo de déspotas intocáveis.


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Mas cada vez que masco meu maxilar aperta

 






 

Mas cada vez

Mais chicletes

Na escada


 

Homenagem a Helena Kolody e Paulo Leminski

 

 

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sábado, 21 de junho de 2025

Agrade; ou...

 









Para que um produto seja aprovado alguém precisa avalizá-lo, para alguém sê-lo, só é válido se alguém com crédito o fizer; uma mercadoria não se faz só, assim como o indivíduo dificilmente consegue realmente se tornar um produto desejado, apenas sob as luzes do autoelogio, da autopromoção.











Somos produtos a partir do instante que procuramos interagir com o mercado de consumo. Trabalhador, comerciante, político, autor, padre ou policial, enquanto galgam os degraus de qualquer ascendência que vislumbrem, pouco avançam com seus próprios esforços; sempre será preciso uma alavanca, isso é, outro “produto”, especializado ou não em mercancia que tenha alcançado patamares superiores, percorrendo caminhos parecidos que, sobre a pecha do “quanto devo pagar por isso”, ou “quanto isso irá me custar”, colocará você como um item comum a todos, em uma prateleira arranjada mais à vista do público alvo — próximo ao caixa.








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...então, por um bom tempo... o sofrimento

 










Até o Sec. XIX, ser canhoto era ser contra a natureza; hoje temos uma força, ou melhor, a mesma força ignorante, arregimentando e arrastando legiões que ignoram, e mesmo se revoltam, entendendo ser antinatural nascer com alguma biologia sexual alterada ou com tendências psicológicas onde o próprio indivíduo se define sexualmente diferente do que seus pais ou a sociedade lhe atribuíram — muito antes de se reconhecer como indivíduo e proprietário de si mesmo. Se imaginarmos o mundo de amanhã, comparando nosso hoje em relação ao ontem, é fácil entender tal ignorar e compreender que paulatinamente há uma evolução sadia; portanto, é previsível que muito aos poucos, aceitar-se-á que não há sentido em seguir os haters de plantão — e todos aqueles que não aprenderam nada sobre a máxima de que, “na medida que julgas serás julgado” — e sim os homens iluminados e de Espírito Livre que já entenderam o respeito do deixar ir e vir — há que ser ter vontade e inteligência para buscá-los, e ainda mais, para segui-los.









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Order from noise

 











“Mas a vida não é sempre assim? Uma coisa acontece, depois outra, depois outra. Se há sombra, é porque há luz, certo? Você me ensinou a pensar sobre essas coisas. Na vida tudo se mistura, tudo se confunde, não há nada que possa ser perfeitamente separado da longa cadeia de coincidências que te trouxe até aqui. E ainda assim funciona, o mundo continua de pé, afinal. Imperfeito, mas funciona, e você pode até encontrar felicidade nisso. Que talvez tenha algumas manchas, talvez não dure, mas enquanto isso é real, está vivo. Não existe teoria de sentimentos que possa sobreviver longe da vida, longe das coisas que acontecem… certo?”

Ilaria Gaspari, Razões e sentimentos








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Do auto tolher-se

 








Alegria prejudicada — Ao observar um grupo alegre de ciclistas em um belo domingo qualquer, entendo que meu espírito crítico tolheu muito da alegria que assisto em grupos diversos que, em seus universos particularíssimos, seus microcosmos, são felizes a sua maneira; pelo sim pelo não, me parece nesse instante, terem vivido mais a vida do que eu.








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Encurralados

 







"De que serve o conhecimento se ele não produz resultados?”







“Cristo, é triste, triste ver em alguns desses rostos — os mais jovens, em particular — a expressão de derrota total. Por que a vida os faz sentir assim? Claro, eles são mal pagos. É claro que eles não têm grandes perspectivas econômicas, nem o privilégio inestimável de se relacionar com executivos de empresas. Mas não é um consolo ter que lidar com alunos que ainda estão três quartos vivos? Não há um pouco de satisfação em ser útil, em vez de continuar a produzir bens de consumo inúteis? Não os ajuda saber que trabalham em uma das poucas profissões neste país que não é irremediavelmente corrupta?

Para essas pessoas quebradas, aparentemente não. Se tivessem coragem, iriam embora. Mas eles foram treinados para esse trabalho e agora precisam viver disso. Eles desperdiçaram tempo quando poderiam ter aprendido a trapacear, a roubar, a mentir. Eles se marginalizaram da maioria — os intermediários, os representantes, os promotores — através da laboriosa aquisição de um conhecimento árido e desacreditado; desacreditado, é claro, pelo intermediário, que pode facilmente passar sem ele. O intermediário só precisa dos produtos desse conhecimento, suas aplicações práticas. Professores são parasitas, ele diz. De que serve o conhecimento se ele não produz resultados?”

Christopher Isherwood, Um Homem Solteiro

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Da passividade omissa

 






“Mais interessante do que as pessoas nascerem aqui é morrerem aqui”

Parafraseando Rainer Maria Rilke

Da série; “Escolher não escolher é uma escolha”.


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sábado, 14 de junho de 2025

Irreversibile

 






Questa settimana due espressioni hanno attirato la mia attenzione: "indifeso" e "irreversibile". La prima è già stata inclusa in un breve testo e presenta una serie di collegamenti con i nostri ultimi saggi sull'impotenza e i limiti dell'uomo, mentre la seconda è il motivo di questo esercizio.













A parte le soap opera e certi generi di romanzi, dove le trame possono elencare l'uno o l'altro personaggio per rappresentare azioni che per noi sono quasi impossibili da osservare nella vita di tutti i giorni, quando le loro vite cambiano radicalmente, acuendo i desideri e le passioni del pubblico, in una svolta che li mette al centro dell'attenzione e la loro vita decolla; vengono catapultati in altre sfere e, per di più, la loro ascesa è irreversibile, mentre la più comune è quella di vivere due situazioni, in cui gli individui o si scontrano con il muro o si adattano e non sono più disposti a sprecare energie perché hanno osservato o vissuto come il primo gruppo, di fronte a una situazione di totale impotenza al cambiamento.











Certo, quando si tratta di soap opera, il pubblico a cui si rivolgono è sempre avido di speranza, e l'impatto del "si, se puede" – nel senso di avanzamento sociale o anche solo di un piccolo cambiamento verso ciò che è considerato successo – è un elemento, insieme alle storie d'amore impossibili, che è più potente nel tenere gli spettatori agganciati. E noi siamo a favore di questo espediente, di questo bias di incentivo; questo, anche se basato su una prospettiva illusoria, è del tutto possibile nella vita reale e accade di frequente – e lo consideriamo un merito del fatto che i media non siano interessati, o rimangano discreti, nel non mostrare la minima percentuale di questi eventi. Questo ridimensionamento, questo mantenere nascosta questa statistica, fa sì che molti individui rimangano creduloni e con una maggiore autostima e, chissà, aperti a nuove prospettive.











Introduciamo il tema odierno con un dubbio un po' insidioso, anche in proporzione, formulando una domanda con due radici dicotomiche o antagoniste, come si preferisce. "Irreversibile" ci si presenta, logicamente, come un muro praticamente invalicabile – con, al massimo, qualche opportunità per inserire misure palliative, magari, prima dell'imminente collasso – che va abbattuto per procedere verso risposte che ancora non abbiamo e senza le quali la situazione resterà pericolosamente stagnante; spingendo gli attori coinvolti nella soluzione della catastrofe: verso il nuovo, nella ricerca di espedienti salvifici e di ricerche urgenti, il che è positivo; considerando che questa prima affermazione è carica di caratteristiche che ci spingono verso la crescita e quindi verso l'evoluzione, dovremmo forse affermare che ciò basti a smentire chi sostiene che: siamo arrivati ​​a questo punto in gran parte a causa della stupidità umana, derivante principalmente dall'egoismo e dalla mancanza di compassione?













Ci sembra che ci sia un po' un doppio standard. Anche se non prestiamo attenzione, o come negli esempi storici, dove i leader in genere preferiscono nascondere o annientare chi decide di "allevare la lepre", è certo che se la situazione non viene risolta prematuramente ed energicamente, almeno se non vengono impiegate molte risorse e uomini di buona volontà. Aprire le porte o il coperchio del vaso, come Pandora, non farà altro che aumentare il caos: sebbene si possa raggiungere un consenso dopo il danno, nessuno sano di mente ha il coraggio di accettarlo come una valida opzione.










Anche sotto l'aura di una consapevolezza acquisita, le decisioni non sono facili da prendere, il che porta gli individui, nel loro insieme, a optare per il silenzio, a sfogarsi tra di loro, rimandando le soluzioni. Al di là di questa gigantesca impasse, ogni problema è un portale per l'evoluzione e un'opportunità per passi importanti verso la crescita individuale.













La seconda opzione è più una provocazione, che stimola la nostra capacità di agire prevedendo con maggiore assertività le scelte di ciascuno. Insistiamo sul punto del coordinamento preventivo. Se la strutturazione è mal calibrata, trascurata o malintenzionata, come sembra accadere nella maggior parte dei casi sociali e nel caso di molti enti pubblici – dopotutto, i mali più grandi della nostra esistenza sono soggetti a scrutinio socio-politico – la pianificazione è inesistente o mal calcolata, non studiata, trascurata o, peggio, attuata senza il consenso dello Stato attuale, del governante sociale, o semplicemente non presa in considerazione a causa di una serie di fattori, orgoglio, testardaggine, mancanza di preparazione, litigi personali, quando si tratta di decisioni personali.











In un certo senso, siamo molto appassionati, il che è fantastico finché non entrano in gioco la praticità o la tecnicità. In tal caso, è necessario comprendere i punti critici e agire con una certa precisione, energia e persino audacia; difficile quando sono coinvolte le passioni. Sarebbe più corretto anticipare i punti deboli di ciò che è stato progettato, e anche se ci sono state delle falle o argomenti importanti sono stati trascurati o dimenticati nella preparazione, dobbiamo prestare maggiore attenzione e agire con veemenza quando ci rendiamo conto che il piano presenta delle crepe. C'è un detto che si adatta bene a questo scopo: "quando ti accorgi di aver preso il treno sbagliato, scendi immediatamente alla stazione successiva; e non sto parlando di treni". Sebbene comprendiamo in quanti complotti siamo invischiati, al punto che non sempre ci accorgiamo delle stazioni che passano, alcuni le notano, ma per qualche motivo non parlano, e molti altri fingono che tutto si risolverà col tempo...











Tornando all'esempio delle soap opera, la letargia davanti alla televisione è motivo di profitti per i produttori e di intrattenimento rilassante per gli spettatori. In mezzo a questi due mondi, ci sono persone che osservano l'irreversibilità della trama reale, dimostrando chiaramente che tra loro c'è una distanza sempre maggiore. Mentre il primo gruppo si specializza, il secondo non capisce nemmeno di trovarsi su un treno deragliato.










Forse non si tratta di saltare giù dal treno, ma di attivare il segnale d'allarme e agire senza timore di prevedere in anticipo il peggior scenario possibile. Saltare giù dal treno non è facile, tuttavia, nei casi unici che si presentano, in cui ripetiamo costantemente, persino disperati, "perché a me?" o "perché sta succedendo proprio a me?", forse è troppo tardi; l'unica cosa che rimane, come lezione, è fare un mea culpa osservando seriamente: dove si sarebbe dovuto prestare attenzione agli avvertimenti e alle lezioni degli avvertimenti.










Da uomini di poca fede, spesso aneliamo al cielo, o affidiamo pigramente agli dei responsabilità che sono necessariamente nostre. Poi ci ritornano, come risposta, irreversibili, così che impariamo che siamo gli unici responsabili delle nostre azioni... e di esse, dobbiamo rispondere.











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