Para que um
produto seja aprovado alguém precisa avalizá-lo, para alguém sê-lo, só é válido
se alguém com crédito o fizer; uma mercadoria não se faz só, assim como o
indivíduo dificilmente consegue realmente se tornar um produto desejado, apenas sob as luzes
do autoelogio, da autopromoção.
Somos
produtos a partir do instante que procuramos interagir com o mercado de
consumo. Trabalhador, comerciante, político, autor, padre ou policial, enquanto
galgam os degraus de qualquer ascendência que vislumbrem, pouco avançam com
seus próprios esforços; sempre será preciso uma alavanca, isso é, outro
“produto”, especializado ou não em mercancia que tenha alcançado patamares
superiores, percorrendo caminhos parecidos que, sobre a pecha do “quanto devo
pagar por isso”, ou “quanto isso irá me custar”, colocará você como um item
comum a todos, em uma prateleira arranjada mais à vista do público alvo —
próximo ao caixa.
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