domingo, 25 de março de 2012

A arte que provêm da vaidade


Ao assistir um grupo muitíssimo afinado de sapateado, olhando as expressões dos dançarinos me vem à mente a soberba, o orgulho, a satisfação de se estar executando verdadeira obra de arte. O conjunto, a harmonia; sem dúvida, um trabalho admirável, então entendo também quão importante é a vaidade, me parece que este germe tão desprezível e que remonta a opiniões por demais abjetas, é o responsável maior, - em muitas situações - por assistirmos; por sermos brindados a grandes atuações, destas que não apenas nos enchem os olhos, mas tocam nossas almas. Tenho comigo que muitos artistas foram movidos mais por terem sido aplaudidos; pelo volume de aplausos recebidos ao longo da escala evolutiva de sua arte, e menos por seus cuidados em elevar a arte em si; é claro que não podemos descartar que em muitos deles, senão na maioria, (principalmente aqueles de real destaque) tiveram assim, ao longo de seu caminhar, não somente despertado, como franqueado o germe da verdadeira arte, e a partir de então, a vaidade provavelmente desapareceu ou foi exilada ao plano que lhe é devido.

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