sábado, 20 de dezembro de 2014

Dos inteligentes e dos anormais



Não é a decisão coletiva mais acertada situar eternamente no mesmo patamar o pensador e o pensado, se esse – o segundo -, pode ou puder ser contextualizado independentemente do tempo decorrido do seu registro. Afora umas poucas sumidades verdadeiramente dignas de crédito, no mais das vezes aqueles que despontaram com algumas poucas idéias revolucionárias não fizeram mais que isso: papagaiaram-nas – ou as tiveram feito - como saídas de mentes privilegiadíssimas, quando a bem da verdade, não passavam de beneficiados por prerrogativas na corte ou associações ao gênero.

Precisamos tomar cuidado e separar o pensamento; a ideia, do autor. Em situações que fogem a qualquer estatística, é preciso anotar: um número incontável de pessoas coabitou esse plano sem que um único traço pensado tenha sido apontado, entes, muitas vezes com inteligência desperta: passaram ao largo por não se submeterem ao processo que os qualificassem como socialmente adestrados. Vivendo à margem, (preferiram viver) como loucos, esquisitos, (ouvidores de vozes) e é claro, muitos também carregavam, fazendo par com seus genes de gênio, outros tantos com uma carga de disfunções patológicas, privando-os de um desenvolvimento (tido como) normal, mais por conta de um meio também doente, impingindo, em um diagnóstico dificílimo, uma espécie de auto impotência infligida.

Alguém de inteligência invejável precisa também adquirir sabedoria para não entender-se superior ao todo. O fato de ser bem nascido e então ter sido reconhecido, nada mais é do que um acúmulo, um alinhamento invisível que cedo ou tarde será compreendido.

Resta a estes privilegiados e a todos os demais que os mantêm em lugar de destaque então, não apenas especular, mas ponderar; compreender que ao final, esse é apenas mais um instante em nossa existência.


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