sábado, 14 de maio de 2016

A arte é o negócio



Ao ver uma chamada noticiando que determinadas fotos antigas despertaram atenção para a arte – a ponto de renderem algum ao seu descobridor -, acudiu-me imediatamente a questão de quão duradouro e, terá um ponto final a aparente perenidade: a comercialização da arte tornada banalizada como um todo ou, de onde vem, a partir de quando houve esse envilecimento, e mais: até onde essa perda, a perda da arte como arte e pela arte, continuará fazendo vítimas?

E quem são as vítimas? Tanto os ingênuos que tudo desconhecem quanto os autores que se deixam corromper, - aqui não nos referimos àqueles que nascem tão somente para criam objetos para a comercialização, e sim, aos desavisados, outras presas fáceis que, ainda que sensibilizados com a arte em si, inadvertidamente são agarrados por comerciantes de objetos, jamais de arte.

Ou também, quanto de concordar há na observação, ao assumir que hoje a arte acomodou-se e, bastante vulgarizada, mais se faz escorada na máxima de que, através dela instalou-se mais um nicho econômico bastante lucrativo, portanto, onde não raro apenas essa observação que mais a apaga sustenta sua existência quando ela por si só, em mãos responsáveis o consegue! E ainda; quanto dessa constatação daí não passa! É fato que a arte acaba atavicamente aparecendo, mas são os donos do dinheiro e aqueles que isso percebem que a fazem renascer ou nascer, - aqui o único viés de crédito - muito mais do que o esforço, a dedicação e a pesquisa do autor.

No entanto, aos contrários ao que o comércio, escambos e barganhas podem fazem bem a arte, digo que muita arte boa somente tornou-se visível ao mundo material graças ao interesse de homens de negócios ainda que nenhum conhecimento ou mesmo a mercenários que junto a essa constatação primeira, detestassem o que estavam comercializando, podemos assegurar ao final, que todo esse processo ao longo de séculos não deixa de fazer parte do mundo artístico; a diferença está em observar apenas a flor de lótus que emerge da lama, todo o resto – um mimetismo fraudulento - concerne tão somete ao cenário; pois, enquanto nos preocupamos com o processo não prestamos atenção ao que está sendo construído... talvez nem tudo, em relação ao progresso, devesse ser visto exclusivamente com os olhos do pessimismo; quem sabe, no máximo, com o pesar da esperança... mas vale lembrar que, agora, e como sempre, óbvio; se isso é bom ou ruim, cabe ao entendimento particularíssimo de cada um.


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