sábado, 3 de setembro de 2016

(des)Fazendo - O Colossal Agora Eterno






De volta ao, Insondável, Irreferenciável e Eterno Agora.

E se pensarmos a partir da existência plena do Todo Existente - tudo de uma vez só no agora eterno sem tempo, portanto conjugado no presente único e infalível?


Sob que ótica tudo desfaria sentido, ou sob que aspecto nossa perspectiva se assumiria pífia?

A histórica construção humana analisada sob o prisma da impermanência; a vida milenar do homem assumida de um ponto de vista analógico como um magnífico intercâmbio, onde relacionados em comum, interagem aprendendo sem nenhuma possibilidade de interferir na política das leis que traçaram a presença de cada um dos alunos envolvidos.

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O tempo, o futuro, o devir; diligencia-nos ao ir. Ao avanço. Ao colossal processo em construção. Tirado o tempo o que temos? Apenas não o temos. O substituímos pela eternidade do nada, pela plenitude do existir definitivo*. Entregamo-nos ao frear e a eliminação dos mitos e voltamos à natureza sã. A nossa essência com o fim das invencionices que nos afundaram na maior delas, o futuro.

Não há um futuro porque nosso existir é corrente; admiti-lo é admitir, ainda que de impossível imaginar final; um fim derradeiro.


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Do esclarecer, do surgimento, da necessidade urgente e da importância de entender-se a preguiça – A preguiça é um dos fatores que, invisivelmente coroe vontades. Mas, e não se deve a invenção do tempo, tão somente, a necessidade de desvalorar a preguiça? Quando, convencidos de que, uma vez suplantada esta, poderíamos superar os demais? Ou ainda mais, vencida a indolência: nosso valor como ser molecular poderia ser quintuplicado? Porém essa é a fórmula ou todo um intrincado mecanismo inventado por alguém ou um grupo muitíssimo inteligente que não possuía conhecimento a não ser o egoístico, oportuno, momentâneo, regional. Devido a isso, hoje, nos movimentamos contrários a nossa natureza, porém temos agora conhecimento suficiente para saber da inexistência da preguiça ou melhor, de voltar a mover-nos naturalmente, mesmo que o processo deva ser, de maneira analítica, de ainda mais difícil empreitada que aquela a nos trazer ao nosso agora inventado – este é então mais um ônus devido à desacertada invenção do tempo.


*A expressão “definitivo”, aqui, mais representa um signo de comunicação. Não devemos nos aferrar a ele extraindo o seu significado estanque, real, ao decodifica-lo como a capitalização de um processo que não é possível ser narrado com parcos sinais de uma comunicação limitada a proposta ortográfica corrente; devemos sinalizar a não existência, ou a falta de sentido em referências que remetem a limites quando eliminado o fator tempo.

Da série; do inegociável retorno

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