sábado, 4 de novembro de 2017

Da competição, da competência...





...e do desperdício.

Se me regozijo com pouco, no pouco fico, e esta afirmação tem ao menos duas interpretações totalmente distintas que precisam ser observadas no universo fisiológico; o conformismo e o asceticismo. É possível que em níveis distintos cada qual destes entenda que sua existência adquiriu determinado ponto de conformação, ajustada suficientemente para assim continuar por anos ou décadas a fio sem que nada precise ser alterado devido à condição sócio político vigente, e então, enquanto o primeiro passa seus dias neste conformismo impensado; o segundo, - uma vez acordado para a consciência - pode ter atingido este mesmo estado; no entanto utiliza o tempo disponível para a contemplação, a meditação, o autoconhecimento e o auxílio à comunidade.

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Haverá por muitas e muitas eras aqueles grandes; constituídos; recordistas, que se iludem no “Há! Eu posso ser maior se assim desejar”; no entanto sempre existirão outros maiores afins, e essa antropofagia, essa canibalização competitiva não tem fim. Que vantagem real existe em pretender-se – mecanicamente - maior se existimos em um universo infinito, quando seus adeptos, muitos, tomados por instintos da socialização por conta de modismos ou necessidades criadas, diz-se não se deixa domar; ao não assumir que somente está à procura da superação por conta do externo? O maior de agora logo se tornará estatística e precisaremos de um novo esforço sobre humano para ser o maior da próxima etapa. Daí, o importante não é o eu, e sim o que está sendo executado. E ao final, o que deveria ser relevante, a observação, passa despercebido – do fazer, do esforço, da dedicação, do vivenciado -, a despeito de toda a energia empenhada.

017.o cqe