sábado, 13 de março de 2021

No entanto; podemos fabricar a felicidade?



























Sim. Sou adepto também deste exercício. Primeiro imaginamos o que queremos – vamos partir do princípio que alguém já conseguiu determinada coisa. Alguém já foi feliz? Sim. Então eu também posso ser.


Como este ou aquele é feliz? Um aceita a maneira como conduz sua vida outro a conduz de forma a desviar ou não querer além de suas capacidades e assim viver prazerosamente com aquilo que conquistou!?!


Esta semana lendo uma revista direcionada nestes lances de psique encontrei algo interessante; uma forma de ser feliz de maneira didática. Parece meio estranho, mas ao final da leitura entendi que é perfeitamente normal, portanto, possível – estamos enfrentando provas difíceis de sobrevivência que nenhuma opção pode ser imediatamente descartada.


A matéria da revista aponta que a felicidade “geralmente se enquadra em duas categorias, com base em como as pessoas conceituam felicidade ou o bem-estar”. É importante observar que, se mudarmos de “felicidade” para “bem-estar” a coisa fica um pouco mais fácil, afinal o acesso à felicidade é sempre meio embaçado – para muitos quase utópico -, já o bem-estar a princípio parece ser mais descomplicado. Uma observação que não pode ser descuidada é o encalhe no comodismo, muitas vezes, mórbido, ou indesculpável; é preciso entender e separar as coisas.


A autora da matéria Flora Victória, explica que as categorias são: “felicidade/bem-estar hedônico que é a felicidade conceituada como a experiência de mais prazer e menos dor; campo afetivo (alto afeto positivo, baixo afeto negativo) e um componente cognitivo (satisfação com a vida). Já a felicidade/bem-estar eudaimônico conceitua a felicidade como resultado de busca e realização de propósito de vida, significado, desafio e crescimento pessoal: aqui a felicidade se baseia em atingir o potencial total e operar em pleno funcionamento”.


Se prestarmos atenção não é tão difícil assim atingir o bem-estar. Na primeira basta aprender a avaliar/valorizar melhor o que possuímos e elencar o que detemos como itens de valor que se inter-relacionam; material, moral e espiritualmente. É certo que nossa cultura nos direciona de maneira incisiva ao material, enquanto apagamos, deixamos encoberto dons e atitudes que não praticamos por não determos nosso olhar para o nosso micro universo. E no espiritual que aqui costumo chamar de “Há Mais”; há tudo aquilo que foge do sensorial, porém existe.


O eudaimônico também é fantástico, afinal ele está diretamente conectado às conquistas. “Que conquistas?” Pergunta alguém mais humilde. Todas. Ainda que seja piegas ou clichê, mesmo estar vivo é uma conquista que muitos de nós não valorizamos. Pensar com razoabilidade é uma conquista, falar, estar são, poder se locomover, etc... – e daí otimizar toda boa observação até então esquecida.


O bom senso é a resposta para tudo. Através da lucidez é fácil mesclar o hedônico com o eudaimônico, abandonando a ideia fixa ou viciada de que: tudo o que vemos no externo precisa fazer parte do objetivo. Se aprendermos a fazer por nós, com o nosso legado: a importância do nosso bem-estar se revela e um enorme fardo deixa de nos acompanhar. Se entendo que não fui feliz até então e tantos outros o são ou não; isto por si só é motivo de felicidade, afinal, é meu o poder de escolha.

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