sábado, 19 de fevereiro de 2022

Conforto dentro da zona


 





 





Invariavelmente, nossa esperteza se limita ao metiê escolhido; de resto ignoramos o processo como um todo.






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Nossa esperteza somente fará vítimas enquanto convencermos colegas em comum a não descobrir que em realidade nosso saber é fingido – via de regra isso é fato em situações afins. No entanto, se minha esperteza engana suficientemente o meio arranjado, o risco é grande de ser descoberto diante de possível ou obrigada mudança, onde a farsa montada pode não surtir o mesmo efeito; que não se tenha a mesma sorte. As necessidades comezinhas atingiram tal nível somático/patológico a ponto de não ficarmos estarrecidos se o “me engana que te engano” se tornou afinal um modus vivendi onde um, convencido de que convence, passa batido por outros tantos na mesma frequência. Em resumo, acabamos todos atolados no “quem nunca?” E esse modus operandi adquiriu, se apropriou de uma necessidade social obscena, um vórtice maluco; diria até, obrigatório, que não deveria mais dar expediente, ou depositada confiança nesse agora: processo invisível metamorfoseado; proibindo, inibindo, forçando uma massa que nesses termos se fez manter perigosamente o feito, isto é, se não passarmos por cima do absurdo vertido em hábito, não saberemos mais como lidar, caso venha a ser aventada alguma dinâmica coerente.









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