sábado, 6 de setembro de 2025

Amor incondicional

 








O Amor puro é incondicional; incondicional é o que não impõe condição, obviamente. Mas como agir frente a pessoa amada, seja ela amiga, consorte, parente ou a centenas de colegas que fazemos por toda parte durante a jornada quando são elas a impor condições ao amor da gente? Nosso amor consegue suportar bastante, porém, não consegue ser totalmente condescendente, portanto, é preciso aprender a amar estando longe, desapegando ou liberando todos os irmãos com instintos egóicos; como também é essencial libertá-los de nós quando a vontade parte deles. Nem todo aquele que ama consegue entender o amor em sua essência e todas as suas nuances, e, ao não observar, por exemplo, que o verdadeiro amor transcende, no entanto, também sofre com o egoísmo dos seres amados e, por ignorar esse fato, continua a caminhar junto a causa do desconforto. Muito ao contrário daquele que entende o tempo de maturação de cada um e que em estados precoces as pessoas precisam de uma atenção à distância, pois a insistência de se manter próximo gera auras e energias tóxicas. Essa realidade, por si só, é um salvo conduto ao amigo verdadeiro que se mantém razoável com seu afastamento parcial, porque aprendeu a aceitar a causa que motivou o distanciamento.

 













Ainda que esse texto

leve ao peso da dor

é certo que ao final

seu único objetivo

é o amor.





053.ac cqe

A mente e a paz pessoal

 









Enquanto a mente imaginar que há um fim para o nosso desespero,

o homem não encontrará paz.

 














Era importante entender que enquanto nossa paz for escorada tão somente na confiança mental, imaginando então que daí haverá um fim para o nosso desespero, digo que o resultado continuará sendo a mesma ilusão inócua. É inútil também pensar que encontraremos paz apenas aprimorando nosso pensamento. O processo mental é traiçoeiro, ele se comporta como uma esfera em um terreno com obstáculos, onde qualquer resistência a detém, ou seja, se demonstrarmos fraqueza, ou comodidade antes do objetivo alcançado, automaticamente nosso cérebro detecta e emite sinais de bem-estar, de saciedade, de conforto, e que chegou-se ao capítulo final, quando isso não é verdade; em suma, nossa mente é preguiçosa.












A frase inicial pode ser forte e desconfortável, no entanto o intuito maior é chamar a atenção para a abertura do pensamento; ampliá-lo em busca de alguma percepção, mesmo que ínfima, que desperte nossa vontade a superar a conivência com a vontade cerebral.












As percepções suplantam a mente transformando-a, de senhora das nossas decisões a mais uma ferramenta, um instrumento poderoso nos auxiliando a enxergar e elucidar com a clareza devida o que tem nos tirado a paz, e mais, entender que a serenidade possível é uma realidade que suplanta tudo o que até então a própria mente, ainda falha, tem nos fantasiado.













052.ac cqe








Somos dicotômicos

 








 

Pense fora das caixas — No plural. Afinal não é possível imaginar à quantas caixas somos instigados durante toda uma vida.










Na maior parte das vezes somos sectários, fracionários, compartimentados, e daí nos enclausuramos em algumas caixas, gavetas e baús empoeirados, aceitando prematuramente propostas obsoletas, não contextualizadas, como se aquilo tudo contivesse totalidade suficiente para finalmente sobrevivermos sob a sombra de alguma sabedoria.











Tomemos como exemplo o homem das ciências, que sem o menor pudor, pode ser tratado como ignorante e insciente para o que foge ao seu pensamento quadrado uma vez entregue ao orgulho da cátedra e imodestamente se vê no direito de propalar impropérios sobre tudo e também sobre o que mais lhe escapa a razão: o que é sagrado, por exemplo. Não respeitar o Karma ou princípios invioláveis. Não deter-se sobre causa e efeito, sincronicidade, destino, consciência, respeito, humildade, ou questionar-se sobre inumeráveis acasos que fazem do homem centrado um ser de convivência pacífica, e daí desafiar esse indivíduo lúcido: é o mesmo que enfrentar uma força incomensuravelmente oposta, vestido de coxo, portanto, sem todas as faculdades físicas e mentais de um ente sábio e preparado e, portanto, sobre o alvitre e respeito a todas as faculdades.










Entre ser sábio por afirmar que nada sabe e saber muito e se entender sábio antes de saber tudo, pouco sabe que está mais para o humilde e de aprendizado deficiente, uma vez que esse segue ciente de seus limites imposto ao estado de ignorância que muitas vezes o obriga a calar-se. 


 






051.ac cqe