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sábado, 27 de setembro de 2025

Para-humanos

 











Ele disse com uma personalidade só dele;


“Eu não poderia ser muito famoso, pois não saberia posar ao lado daqueles que sei que não são humanos.”












*










A maior dificuldade de homens com veias voltadas à honestidade, que obrigatoriamente precisam se envolver no processo social, é justamente enfrentar o ser pseudo social — invariavelmente, ícones mitológicos e invejados ao todo ordinário, camuflados na própria narrativa.













Os processos que movimentam as engrenagens do nosso cotidiano são muito superiores às vontades e interesses pessoais; sequiosos de acordos saudáveis, principalmente àqueles voltados à integridade. Frente a esse estado posto, o autor que busca introduzir uma necessidade honesta, precisa prioritariamente conversar sob as camadas e os meandros dessa realidade maior, na maior parte do tempo, portanto, com indivíduos que desconhecem ou ignoram um Estado Superior às leis, inclusive as constitucionais. Nem todo o homem de bem tem disposição a esse companheirismo conivente, muitos preferem não se expor com homens cegamente socializados em crenças e dogmas descontextualizados; fazendo com que ideias e projetos permaneçam engavetados ou se, eventualmente, de alguma sorte o apresente gratuitamente a um que outro de seu grupo que tenha estômago para esse processo que, até leva-lo à cabo, é extremamente maçante — muitas vezes na condição de não ter o próprio nome revelado —, corre grande risco de observá-lo esfacelado ou pior, como uma bandeira exposta sob, em algumas ocasiões, às mãos sujas daqueles que por n motivos o apreciaram e agora se veem no direito de se entender ainda mais proprietários do que o próprio autor.














A dúvida maior é; fazê-lo, jogando o jogo e passar por cima da sórdida e nauseante manipulação sócio-política instaurada ou voltar-se à mandados ocultos que apreciam e simpatizam com a ideia de que o simples fato de pensar e trabalhar um projeto, imbuído da seriedade e trâmites herméticos necessários, por si só possui suficiência o bastante para seu vingar não apenas em algum tempo devido, como também, mais acertado. Afinal, todos nós que apreciamos a ideia de infinitude entendemos que o ser autor nem sempre é um resultado à duas mãos.

 







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Má influência

 













Questionados; afirmamos que não temos vontade e, se a tivesse nos falta tempo para deixar as coisas mais claras, tirar ou mesmo amenizar a densidade de alguns textos. Um outro sugeriu ainda, tomando como exemplo as centenas de canais ou ferramentas eletrônicas a disposição, aventando a ideia de iniciar vídeos sobre assuntos abordados nesse Blog, porém, novamente, por ora, esse não é um objetivo potencial, além do que, também demandaria muito tempo, e pensamos que o facilitar de entendimentos não enobrece a alma, não instiga às buscas — mote primeiro desse projeto.













Assistimos pessoas em demasia, ao que nos parece, desperdiçando tempo; o que, diga-se de passagem: em hipótese algum condenamos qualquer opção propensa ao descaso com a vida; essa pertence única e exclusivamente a cada um, e portanto, o único responsável a responder por seus atos é o próprio autor. Apenas acreditamos piamente que, se elas procurassem otimizar algumas horas do dia, provavelmente conseguiriam encontrar não o que aqui não deixamos fácil, mas um pouco do muito do difícil “escondido” e, portanto, disponível em bibliotecas seculares ou não, onde hoje, mesmo com a facilidade de acessá-las do próprio quarto, ainda assim não o fazem. Materiais de autores em pior situação que a nossa, no entanto, muito superiores em inteligência e pesquisas, mortos ou assassinados aos borbotões, deixaram um legado imenso e inegociável, e ainda que com muita propaganda e conversas de botequim entre um trago e outro; vernissages sob o manto de vaidades de curadores e afins, ou nas plataformas digitais, lebres são levantadas, e nada; não despertam realmente um mínimo de atenção séria e dedicada, além da basilar às escolas e trabalhos de buscas pessoais visando alcances limitadíssimos — ou pior, monetário —, ou seja, a embriagues ilusória persiste, e nenhuma pesquisa detidamente consciente é aventada, nenhum gatilho aciona algum lapso que rompa o véu da fantasia. Pasma o fato de que ditos riquíssimos de ícones superlativos estão por aí dando sopa ou disponíveis a preço de bananas, — em publicações que abundam nos sebos, ou feiras de livros a custos menores que 1 Dólar — ou de uma série de bons autores contemporâneos que, como observamos, também não têm tempo ou disposição para se empertigar em exposições tão tolas quanto risíveis por trás de uma câmera durante boa parte do dia, no entanto, em buscas detidas, os caminhos certamente levaria todo aquele que decide-se a burilar suas percepções à outros universos dispares, infinitos e peculiares.









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Neoliberalismo

 













Livre mercado e mente aprisionada

Não costumamos refletir sobre essas novas nomenclaturas, algumas, até simpáticas e fácil de iludir, como tudo o que busca hipnotizar tantos quantos desavisados for possível.











À luz do entendimento psicológico, o Neoliberalismo, em palavras de fácil compreensão ou grosso modo, tende a que o indivíduo se entenda fraco ou mesmo culpado, portanto, falho o suficiente para não conquistar o que quer, ou assim se entenda e se resigne a uma espécie de agastamento implantado, o que é muito interessante, quando em outras páginas, o sistema capitalista insiste que todos podem alcançar seus sonhos, basta não desistir deles. Poderíamos exclamar; “vai entender!”, uma vez que os governos pouco fazem para reverter a realidade de suas vítimas; mas eles não precisam fazer nada, dado ao nível que eles mesmos instauraram: a constituição de um pensamento débil e letárgico para levar em consideração a realidade por trás dos significados.










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sábado, 20 de setembro de 2025

Aceno à poesia

 








Ao escrever um texto denso, em algum ponto se faz presente a linguagem poética, então nos vêm à mente que, em muitos casos a poesia é preferível à dissertação corrida. Criativos e abrangentes, os poemas são de mais fácil assimilação; sempre simpáticos, descompromissados e, portanto, mais acessível; como também, a construção abstrata foge às muitas regras de difícil trato no texto em si. Sua não convencionalidade desobriga leitor e autor, deixando-os livre para (re)criar, tornando o admirador, um coautor inventivo, transformando o que lê em propriedades exclusivas e divagações únicas, e essa generosidade do autor/criador que a princípio pensou em si o fato de pincelar com maior facilidade palavras desconexas; torna a alguns poucos que leem, um exercício de imaginação inventiva ímpar e a uma centena de outros tantos, devaneios singulares autorais, tocando esses que passariam ao largo de um script enfadonho, convertendo um avistar distraído em um momento lúdico, em um experienciar pessoal autoral, trazendo-lhes a alegria volúvel do atemporal, porém, transformando por um breve momento o estado de espírito de todo aquele que à obra se detenha.









*







 

Ode à Poesia


O texto é o texto

Poesia são poesias

A singularidade do primeiro

A pluralidade da segunda

O primeiro e fechado, restrito, até egoísta

A segunda é aberta, livre, generosa

O hermetismo do primeiro condensa o pensar

A liberdade da segunda desestabiliza e amplia

O primeiro se quer inteligente e busca alguns pares

A segunda é solta, livre, indiferente, e pode nada buscar

No primeiro, conexões concisas

Na segunda pontas soltas na brisa

No primeiro, pontos e vírgulas

Na segunda tudo é aleatório

O primeiro prende ao enredo

A segunda liberta à divagação

No primeiro, senta-se sob uma lâmpada

Na segunda à relva sob brisas e sons

O primeiro te faz preso ao pensamento terceiro

A segunda te liberta a congraçar com a graça

O primeiro pode ser denso, amarrado e sempre regrado

A segunda pode que seja pautada, porém, é sempre bela

O primeiro se obriga à mesa

A segunda na doçura de um tacho

...


 





Homenagem a Cora Coralina




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Persona

 











Quando os aspectos de nossa personalidade permanecem estagnados em pontos de apoio retrógrados de verdades postas; quando essas disposições ultrapassam as barreiras do insistir e então se mantêm perigosamente manipuláveis em autodefesas ordinárias tão forçadas quanto surdas, onde o autor acredita e assimila essa pseudo realidade com o senso frágil do claudicante entendimento; à clareza míope instalada sem o devido contextualizar e a autonegação somada ao não aceitar de alguma realidade mais próxima do contexto social, portanto, agora normalizada: pode estar escondendo algo muito mais obscuro.









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Em algum grau... nos conhecemos...

 









 

...apenas, ainda não nos detemos sobre o assunto

 

Toda pessoa sabe que é assim, e sofre com isso, isto é, todos nós sabemos em algum grau onde o sapato aperta e ainda que a vergonha ou o orgulho não nos permita admitir, é certo que precisamos de ajuda, porém a humildade não tem vez onde a imodéstia fez morada.










Por isso a crítica ao comportamento alheio se faz inócua para não dizer outra coisa, afinal, todos nós sabemos, em nosso âmago, como somos, e em níveis geralmente não acessados, ou diante de alguém único, o sofrimento se faz presente frente a nossa falta de forças para superar essa dificuldade.










Em suma, toda pessoa tem lapsos de lucidez e em algum grau, seja estarrecida e sem o conhecimento devido ou inerte, assim se permite seguir, embora pouco ou nada faça para assumir as obrigatórias mudanças se se quer melhor sobre algo que lhe incomoda — ou ao menos deveria — e, como uma ferida que insiste em não cicatrizar frente aos constates ataques de dedos ansiosos, ao contrário da úlcera visível e tratável com unguentos, é inegável que todos entendemos onde falhamos conosco e com os demais, e ainda que tentar ao máximo esconder por entre a indizíveis máscaras sociais o que verdadeiramente guardamos, essa realidade não nos deixará livres da cotidiana lembrança de que precisamos, em algum momento, enfrentar a questão.










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sábado, 13 de setembro de 2025

Detectando necessidades

 










Como podemos respeitar e ainda, ensinar os jovens de hoje a fazê-lo, se não detectamos as patologias — TDAH, autismo, bipolaridade, Burnout ou quadro depressivo etc... — que em silêncio atacam a cada dia mais um número maior de pessoas e, se os detectamos, nossos humores perversos normalmente acabam por derrotar vontades ampliando nosso existir desequilibrado em desfavor daqueles, uma vez que não sabemos, portanto, nem mesmo lidar com os desafortunados a nossa volta, já diagnosticados como tal!?!












Nosso egoísmo faz com que aqueles que necessitam de cuidados especiais se submetam ao duplo sofrimento; qual refugiados que sofrem ao sujeitar-se a abandonar seu estado e sublevar todos os maus tratos na nova terra. Como se já não bastasse o fardo de terem nascido com algum diagnóstico patológico, nossos irmãos acometidos de ataques psicóticos precisam suportar a ignorância perversa daqueles que se entendem normais — muitos, apenas pretensamente. Somos descendentes de uma cultura abominável, onde mesmo na idade adulta não aprendemos a respeitar as diferenças.








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Espelho quebrado

 









Afirmo que, em se sendo honrado, podemos nos manter excluídos sem peso algum na consciência

Boas escolas defendem que no grande final, verdades serão reveladas; se essas entidades lhes despertam algum interesse — se esse não for o seu caso, pergunte-se ao menos por que essas doutrinas existem — qual é seu nível de preocupação quanto a essa máxima?












Tratar-se de uma pessoa não confiável para muitos no seu reduto é bastante interessante, veja que há uma diferença em “para muitos” e para todos. Afinal existe aquela máxima de que não se pode enganar a todos o tempo todo e blá, blá, blá. Acredito piamente na verdade de que o único que não poderemos enganar para sempre somos nós mesmos; até por isso trabalho há décadas em uma espécie de autoanálise autodidata. Independentemente do que é e o que não é, o estigma muitas vezes paira até mesmo entre nossos entes mais chegados, e deve severamente ser levado em conta, afinal é preciso sobreviver em meio ao caos natural do existir, somado às falácias, ilações, acusações e pensamentos e maquinações não revelados, de toda ordem, — a criatividade maligna dos homens surpreende o homem a cada novo raiar do dia — caso não haja como refazer a vida longe das vistas daqueles que ainda não foram descobertos, e, portanto, se acham no direito de apontar o dedo. No entanto, quando vem esse assunto à mente, entre as opções todas analisadas, uma permanece sempre em aberto: e se houver um depois, se houver o tão propalado Julgamento Final; quem finalmente irá se calar.











Como dizia a Madre. “No final, é você e sua consciência.”



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