Ele disse com uma personalidade só dele;
“Eu não poderia ser muito famoso, pois
não saberia posar ao lado daqueles que sei que não são humanos.”
*
A maior dificuldade de homens com veias voltadas à honestidade, que obrigatoriamente precisam se envolver no processo social, é justamente enfrentar o ser pseudo social — invariavelmente, ícones mitológicos e invejados ao todo ordinário, camuflados na própria narrativa.
Os processos que movimentam as engrenagens do nosso cotidiano são muito superiores às vontades e interesses pessoais; sequiosos de acordos saudáveis, principalmente àqueles voltados à integridade. Frente a esse estado posto, o autor que busca introduzir uma necessidade honesta, precisa prioritariamente conversar sob as camadas e os meandros dessa realidade maior, na maior parte do tempo, portanto, com indivíduos que desconhecem ou ignoram um Estado Superior às leis, inclusive as constitucionais. Nem todo o homem de bem tem disposição a esse companheirismo conivente, muitos preferem não se expor com homens cegamente socializados em crenças e dogmas descontextualizados; fazendo com que ideias e projetos permaneçam engavetados ou se, eventualmente, de alguma sorte o apresente gratuitamente a um que outro de seu grupo que tenha estômago para esse processo que, até leva-lo à cabo, é extremamente maçante — muitas vezes na condição de não ter o próprio nome revelado —, corre grande risco de observá-lo esfacelado ou pior, como uma bandeira exposta sob, em algumas ocasiões, às mãos sujas daqueles que por n motivos o apreciaram e agora se veem no direito de se entender ainda mais proprietários do que o próprio autor.
A dúvida
maior é; fazê-lo, jogando o jogo e passar por cima da sórdida e nauseante
manipulação sócio-política instaurada ou voltar-se à mandados ocultos que
apreciam e simpatizam com a ideia de que o simples fato de pensar e trabalhar
um projeto, imbuído da seriedade e trâmites herméticos necessários, por si só
possui suficiência o bastante para seu vingar não apenas em algum tempo devido,
como também, mais acertado. Afinal, todos nós que apreciamos a ideia de
infinitude entendemos que o ser autor nem sempre é um resultado à duas mãos.
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