Pense fora
das caixas — No plural. Afinal não é possível imaginar à quantas caixas somos
instigados durante toda uma vida.
Na maior parte das vezes somos sectários, fracionários, compartimentados, e daí nos enclausuramos em algumas caixas, gavetas e baús empoeirados, aceitando prematuramente propostas obsoletas, não contextualizadas, como se aquilo tudo contivesse totalidade suficiente para finalmente sobrevivermos sob a sombra de alguma sabedoria.
Tomemos como exemplo o homem das ciências, que sem o menor pudor, pode ser tratado como ignorante e insciente para o que foge ao seu pensamento quadrado uma vez entregue ao orgulho da cátedra e imodestamente se vê no direito de propalar impropérios sobre tudo e também sobre o que mais lhe escapa a razão: o que é sagrado, por exemplo. Não respeitar o Karma ou princípios invioláveis. Não deter-se sobre causa e efeito, sincronicidade, destino, consciência, respeito, humildade, ou questionar-se sobre inumeráveis acasos que fazem do homem centrado um ser de convivência pacífica, e daí desafiar esse indivíduo lúcido: é o mesmo que enfrentar uma força incomensuravelmente oposta, vestido de coxo, portanto, sem todas as faculdades físicas e mentais de um ente sábio e preparado e, portanto, sobre o alvitre e respeito a todas as faculdades.
Entre ser
sábio por afirmar que nada sabe e saber muito e se entender sábio antes de
saber tudo, pouco sabe que está mais para o humilde e de aprendizado deficiente, uma vez
que esse segue ciente de seus limites imposto ao estado de ignorância que
muitas vezes o obriga a calar-se.
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