Enquanto a mente imaginar que há um fim para o nosso desespero,
o homem não encontrará paz.
Era importante entender que enquanto nossa paz for escorada tão somente na confiança mental, imaginando então que daí haverá um fim para o nosso desespero, digo que o resultado continuará sendo a mesma ilusão inócua. É inútil também pensar que encontraremos paz apenas aprimorando nosso pensamento. O processo mental é traiçoeiro, ele se comporta como uma esfera em um terreno com obstáculos, onde qualquer resistência a detém, ou seja, se demonstrarmos fraqueza, ou comodidade antes do objetivo alcançado, automaticamente nosso cérebro detecta e emite sinais de bem-estar, de saciedade, de conforto, e que chegou-se ao capítulo final, quando isso não é verdade; em suma, nossa mente é preguiçosa.
A frase inicial pode ser forte e desconfortável, no
entanto o intuito maior é chamar a atenção para a abertura do pensamento;
ampliá-lo em busca de alguma percepção, mesmo que ínfima, que desperte nossa
vontade a superar a conivência com a vontade cerebral.
As percepções suplantam a mente transformando-a, de senhora das nossas decisões a mais uma ferramenta, um instrumento poderoso nos auxiliando a enxergar e elucidar com a clareza devida o que tem nos tirado a paz, e mais, entender que a serenidade possível é uma realidade que suplanta tudo o que até então a própria mente, ainda falha, tem nos fantasiado.
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