...apenas,
ainda não nos detemos sobre o assunto
Toda pessoa
sabe que é assim, e sofre com isso, isto é, todos nós sabemos em algum grau
onde o sapato aperta e ainda que a vergonha ou o orgulho não nos permita
admitir, é certo que precisamos de ajuda, porém a humildade não tem vez onde a imodéstia fez morada.
Por isso a crítica
ao comportamento alheio se faz inócua para não dizer outra coisa, afinal, todos
nós sabemos, em nosso âmago, como somos, e em níveis geralmente não acessados,
ou diante de alguém único, o sofrimento se faz presente frente a nossa falta de
forças para superar essa dificuldade.
Em suma, toda pessoa tem lapsos de lucidez e em algum grau, seja estarrecida e sem o conhecimento devido ou inerte, assim se permite seguir, embora pouco ou nada faça para assumir as obrigatórias mudanças se se quer melhor sobre algo que lhe incomoda — ou ao menos deveria — e, como uma ferida que insiste em não cicatrizar frente aos constates ataques de dedos ansiosos, ao contrário da úlcera visível e tratável com unguentos, é inegável que todos entendemos onde falhamos conosco e com os demais, e ainda que tentar ao máximo esconder por entre a indizíveis máscaras sociais o que verdadeiramente guardamos, essa realidade não nos deixará livres da cotidiana lembrança de que precisamos, em algum momento, enfrentar a questão.
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